Um dos muitos comentários importantes de postagens neste blog foi feito pela Professora Thaís Cavalcante. É fundamental entrar em seu blog "INSUSTENTÁVEL", ali, do lado direito deste, e procurar o depoimento de um homem negro para a BBC de Londres.
Nós, homens e mulheres já descemos das árvores. Temos as mãos de afago, face de sorriso, braços de abraços, boca de beijos, voz de fala mansa, olhar de esperanças. Somos, sim, dotados de um grau de humanidade e de humanismo.
Todavia, sabemos, "todo homem é humano, mas alguns se esquecem disso", nos dizeres de Augusto Boal. E sabemos também que a palavra é poderosa. A palavra é um soldado libertador. O conjunto organizado de palavras é um batalhão libertário. Um livro de palavras é um exército. Não fosse assim, a Inquisição de antes de ontem não teria queimado livros, nem seus autores, nem seus leitores. As ditaduras militares, as Inquisições de ontem, não teriam invadido bibliotecas, redações, palcos, universidades. E a Inquisição de hoje invade a Internet, para evitar que os afagos os sorrisos, os beijos, as esperanças humanas deixem de ser individuais, já que nunca foram, e tomem corpo nas praças, nas ruas, nas fábricas, nos campos. Na Síria, no Egito, na Líbia, em Madri, em Londres, em Manchester...
A bala que matou o negro nas ruas de Londres matou seu corpo, é inexorável. Mas não matou sua alma sofrida e humilhada pelo sistema policial repressor, defensor do estabelecido, surdo, míope, cego, brutal como animal acuado em cima da árvore.
Para nós, homens humanos, a indignação invade o coração, pois temos coração. E invade a alma, pois temos alma. Mas, por enquanto, temos as mãos de carícias. E a bala que atingiu o negro é o não-pão que atingiu a criança da Somália. E as mãos de carícias, por enquanto, deixam-se cair flácidas de lágrimas pelo outro que não é outro senão nós mesmos, os homens.
Por enquanto, apenas por enquanto...
http://xucurus.blogspot.com/2011/08/excelente-video-fala-de-um-senhor-negro.html
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