sábado, 20 de agosto de 2011

TEXTOS DE ABSOLUTISMO







RICHELIEU




O Cardeal de Richelieu dirige-se ao rei da França: “Quando Vossa Magestade resolveu dar-me ao mesmo tempo tanto a entrada no seu Conselho quanto grande parte de sua confiança para a direção dos negócios, posso dizer na verdade que os huguenotes partilham o Estado, que os Grandes comportavam-se como se não fossem seus súditos, e os mais poderosos governadores das Províncias como se fossem soberanos nos seus cargos...Prometi-vos empregar toda a minha indústria, e toda a autoridade que vos agradasse dar-me, para arruinar todos os súditos e erguer vosso nome no lugar em que deveria estar entre as nações estrangeiras.” (Testamento Político)

JACQUES BOSSUET

"Todo poder vem de Deus. Os governantes, pois, agem como ministros de Deus e seus representantes na terra. Resulta de tudo isso que a pessoa do rei é sagrada e que atacá-lo é sacrilégio. O poder real é absoluto. O príncipe não precisa dar contas de seus atos a ninguém." (Citado em Coletânea de Documentos Históricos para o 1º grau. São Paulo, SE/CENP, 1978, p. 79.).

"Três razões fazem ver que este governo é melhor. A primeira é que é o mais natural e se perpetua por si próprio... a segunda razão... é que esse governo é o que interessa mais na conservação do Estado e dos poderes que o constituem... A terceira razão... o trono real não é o trono de um homem, mas o trono do próprio Deus...

“Deus estabelece os reis como seus ministros e reina através deles sobre os povos... Os príncipes agem, portanto, como ministros de Deus e seus lugares-tenentes sobre a Terra... É por isso que vimos que o trono real não é o trono de um homem, mas o próprio trono de Deus... Aparece de tudo isso que a pessoa de rei é sagrada e que atentar contra sua vida é um sacrilégio. Deus fê-lo ungir por seus profetas com uma unção sagrada, como faz ungir os pontífices nos altares.”


“...como não há poder público sem a vontade de Deus, todo governo, seja qual for sua origem, justo ou injusto, pacífico ou violento, é legítimo; todo depositário da autoridade, seja qual for, é sagrado; revoltar-se contra ele é cometer um sacrilégio”.

MAQUIAVEL

"Voltando às outras qualidades atrás mencionadas, digo que todo o príncipe deve desejar muito ser considerado compassivo, e não cruel. No entanto, deve acautelar-se e não aplicar mal sua clemência(...) Portanto, não deve preocupar o príncipe o fato de, para conservar todos os seus súditos em união e obediência, ganhar fama de cruel, pois será muito mais compassivo do que os príncipes que, por excesso de clemência, deixam alastrar as desordens (...) Daqui nasce um dilema: é melhor ser amado que temido, ou o inverso? Respondo que seria preferível ser ambas as coisas, mas, como é muito difícil conciliá-las, parece-me muito mais seguro ser temido do que amado, se só se puder ser uma delas.”
( MAQUIAVEL, Nicolau. O Príncipe. Lisboa, Europa-América, 1976


"O príncipe não precisa ser piedoso, fiel, humano, íntegro e religioso, bastando que aparente possuir tais qualidades. (...) Um príncipe não pode observar todas as coisas a que são obrigados os homens considerados bons, sendo frequentemente forçado, para manter o governo, a agir contra a caridade, a fé, a humanidade, a religião (...). O príncipe não deve se desviar do bem, se possível, mas deve estar pronto a fazer o mal, se necessário. (Adaptado de Nicolau Maquiavel, O Príncipe, em Os Pensadores, São Paulo, Nova Cultural, 1996, pp. 102-103)


JEAN BODIN

"É praticamente impossível treinar todos os súditos de um [Estado] nas artes da guerra e ao mesmo tempo mantê-los obedientes às leis e aos magistrados." (Jean Bodin, teórico do absolutismo, em 1578).


THOMAS HOBBES


“…a única maneira de erigir-se um poder, capaz de defendê-los [os homens] contra a invasão e danos infligidos, uns contra os outros (...) consiste em conferir todo o poder a força a um só homem.”


LUÍS XIV

“Todo poder, toda autoridade residem na mão do rei e não pode haver outra autoridade no reino a não ser a que o rei aí estabelece. Tudo que se encontra na extensão de nossos Estados, de qualquer natureza que seja, nos pertence (...) os reis são senhores absolutos e têm naturalmente a disposição plena e inteira de todos os bens que são possuídos tanto pelas pessoas da Igreja como pelos seculares (...) Aquele que deu reis aos homens quis que os respeitassem como seus lugares-tenentes, reservando apenas a si próprio o direito de examinar sua conduta. Sua vontade é que qualquer um nascido súdito obedeça sem discernimento; e esta lei tão expressa e tão universal não foi feita em favor dos príncipes apenas, é salutar ao próprio povo ao qual é imposta”.
(Memórias Para a Instrução do Delfim)

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