TEXTO 1
(BRECHT, Bertold. Poemas, 1913-1956)
“É possível que em nosso país nem tudo ande como deveria andar.
Mas ninguém poderá negar que a propaganda é boa.
Mesmo os famintos devem admitir
Que o Ministro da Alimentação fala bem.
(...)
Um bom propagandista
Transforma um monte de esterco em local de veraneio.
Quando não há manteiga, ele demonstra
Como um talhe esguio faz um homem esbelto.
Milhares de pessoas que o ouvem discorrer sobre as auto-estradas
Alegram-se como se tivessem carros.
(...)
Somente através da propaganda perfeita
Pôde-se convencer milhões de pessoas
Que o crescimento do Exército constitui obra de paz
Que cada novo tanque é uma pomba da paz
E que cada novo regimento uma prova
De amor à paz.
(...)
Mesmo assim, bons dircursos podem conseguir muito
Mas já não conseguem tudo.
Muitas pessoas já se ouve dizerem:
Pena que a palavra carne apenas não satisfaça
E pena que a palavra roupa aqueça tão pouco.”
TEXTO 2
LENHARO, Alcir. Nazismo, o Triunfo da Vontade. Ática. São Paulo. 1986)
“O essencial da propaganda era atingir o coração das grandes massas, compreender seu mundo maniqueísta, representar seus sentimentos...Tudo interessa no jogo da propaganda: mentiras, calúnias; para mentir, que seja grande a mentira, pois assim sendo “nem passará pela cabeça das pessoas ser possível arquitetar tão profunda falsificação da verdade.”
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