sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

O PODER DO LIVRO

     O livro, o teatro, o cinema podem ser libertários. Por isso, o poder se incomoda, treme, fica nervoso e, com alguma frequência, pune.
     Para ser breve, a instituição Igreja Católica usou seu poder para punir na Santa Inquisição. A ditadura de Vargas controlava a opinião pública através do DIP, Departamento de Imprensa e Propaganda. O macartismo puniu nos Estados Unidos durante a Guerra Fria, enquanto  Stálin punia na URSS. As ditaduras militares burguesas puniam na América Latina.
     A História prova o poder da palavra, do livro. Pode a palavra abalar a  Igreja? Pode a palavra, a poesia, corroer os alicerces do Estado ditatorial? Pode, sim, pois as tão poderosas instituições têm medo do livro. Se não, por que persegui-lo? Por que queimá-lo? Por que invadir os palcos e bater em atores? Por que a tortura, física e psicológica?
     No caso do BRASIL RECENTE, o fim do AI5 e outras reformas retiraram a parte mais visível da ditadura. A ditadura visível foi substituída pela invisível, inteligente, a grande imprensa e os monopolizadores do que ver, do que assistir, do que usar.
     Parte da resistência era feita pelos jornais nanicos, também perseguidos, queimados, empastelados. E, muitas vezes, lá se ia a banca de jornais derrotada pelos incêndios das madrugadas. O poderoso poder tem medo de um nanico.
     E hoje, os poderosos da mídia conservadora e representantes da Casa Grande tremem com os cochichos da senzala. Os nanicos foram substituídos pela internet, e a palavra que liberta está aí, de novo, incomodando os poderosos.
     Há muitos motivos para o mau humor, quando se vive em democracia e a Casa Grande tenta levantar o chicote da censura. Mas também se pode usar o bom humor para, de maneira chapliniana, mostrar o poder de um LIVRO.

http://www.viomundo.com.br/humor/cloaca-news-a-privataria-tucana-o-filme.html

4 comentários:

  1. Muito bem citado, Wagner! E uma prova disto é um "imposto" que os Estados Unidos vão colocar na internet, por enquanto só lá. Sem contar os vários outros crimes que você citou.

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  2. Olá Wagner, espero que se recorde de mim,
    Sou Caio um, recente aluno seu talvez, do Coc de Campinas.
    Concluí meu ensino médio ano passado e parti para a Química, no entanto não obtive sucesso nas segundas fases e voltei pro cursinho.
    Você deve se recordar também do outro Caio, o de Giovanni, pois bem. Ele passou em geografia na USP e História na Unicamp, tendo optado pela primeira opção, ficou por la mesmo.
    Pois bem, ele e outros amigos foram fundamentais para me fazer abrir os olhos e mudar de ideia, tentar seguir essa linda carreira, que parece ser a de professor de história.
    Cresci MUITO na Oficina com discussões e estudos mais aprofundados na matéria e a minha paixão por ela só cresce, não esqueci das aulas dadas por você, alias, sinto muita saudades.
    Vim aqui, não só para te parabenizar pelo comentário feito a respeito dos livros e que mostra como se pode matar pessoas mas NUNCA ideias, como também e contar a novidade de que, prestei história na USP e na Unicamp, passei somente na USP e estou, nesse momento, como estarei até dia 09 estudando para passar pela segunda fase e começar minha carreira.
    Gostaria, se possível, de te reencontrar para conversar.
    Obrigado por tudo, Abraços!

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  3. Wagner, fui à ESALQ fazer as provas da segunda fase da FUVEST e surpreendentemente encontrei, na cantina, um jornal chamado "O Marreco" no qual você escreveu o texto "O que será da berinjela"!
    Fiquei MUITO feliz de ter encontrado seu nome, justamente no dia da prova! Adorei. Trabalho maravilhoso esse da equipe!

    Um beeeeeeijo

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