sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

FINAL DE ANO ESCOLAR

(Seria cômico, se não fosse trágico)

Nós, Professores, Diretores, Coordenadores, Psicólogos e outros envolvidos no processo de ensino-aprendizagem começamos a viver um momento delicado do ano letivo: seu encerramento. Conosco estão igualmente tensos os Alunos, nosso público-alvo, e seus pais. Estamos todos envolvidos nos Conselhos de Classe, última etapa da Promoção ou da Retenção dos alunos. No burburinho das falas, os limites, os dramas pessoais, uma fusão entre a subjetividade e a objetividade para decisões honestas, coerentes com posições tomadas durante todo o ano, por todos os envolvidos, sejam docentes ou discentes.
Acima de tudo, a decisão tem de ser educativa, jamais punitiva. É mais um exercício de autoridade sem cair no autoritarismo. E ter autoridade é muito diferente de ser autoritário. Ter em mãos a promoção ou a retenção de um aluno não pode ser entendido como Poder. Deve, sim, ser um serviço prestado pelo educador ao educando. Por outro lado, o educador não pode ser pressionado por qualquer forma de autoritarismo da Lei, da Direção, ou dos pais.
Fazer parte de um Conselho de Classe é saber superar a visão individual, muitas vezes individualista, e praticar democraticamente a soberania do ato de educar.


Um comentário:

  1. O grande problema que vejo no Conselho de Classe refere-se a sua subjetividade. Os pareceres dos professores, durante esses conselhos, fundamentam-se mais na opinião pessoal e afetiva, o que sofre extrema influência do humor e do relacionamento entre as partes.
    Objetivar um conselho implicaria num projeto educacional com parâmetros parciais e totais indicativos do grau e intensidade com a qual os objetivos educacionais inicialmente propostos foram ou não alcançados. É muito difícil nas equipes docentes atuais termos professores envolvidos e comprometidos com projetos na escola; os projetos são muito mais de caráter individual do que coletivo. Até as provas bimestrais, como partes do projeto, deveriam ser melhor pensadas e, no entanto, o que se vê são muitas cópias de questões de vestibulares. Isso, sem dúvida, não é um processo de avaliação escolar pleno, apesar de ele servir como base para promoção ou retenção dos alunos. Ao usar questões de vestibulares dessa forma partimos de questões elaboradas para SELECIONAR e CLASSIFICAR como avaliação da APRENDIZAGEM, o que torna o instrumento de avaliação desprovido de confiança e a nota, um valor DUVIDOSO.

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