quinta-feira, 28 de julho de 2011

O RATO ESCONDIDO, COM O RABO DE FORA, ESTÁ MAIS ESCONDIDO QUE O RABO ESCONDIDO COM O RATO DE FORA

Os Estados Unidos da América sempre souberam esconder o rato, mesmo deixando o rabo de fora. Considerados democracia-modelo, escondiam a pobreza de milhões de seus cidadãos, excluídos de assistência médica e de outros direitos típicos de uma verdadeira democracia. Ou democracia é só participar das eleições?

Como esconder o rabo do rato diante da crise de 2008, da qual ainda não saíram? O tamanho do rabo é o tamanho do dinheiro público usado para salvar empresas privadas, incluindo grandes montadoras e instituições financeiras. Haja rabo! E os excluídos pagaram a conta da maior economia do mundo, num processo chamado socialização das perdas.

Mas, com a economia em crise, uma parte maior do rato está aparecendo, além do rabo. O governo aumentou os gastos com alguma proteção social aos mais pobres e os mais ricos estão tendo um verdadeiro chilique. O rombo no caixa exige mudanças, e o governo incluiu a proposta de aumento dos impostos sobre as grandes fortunas e as grandes corporações, provocando novo chilique nas classes representadas pelo Partido Republicano. Este, aliás, exigiu que o Estado cortasse os gastos com os mais pobres, com os ainda excluídos. O corpo do rato surgiu quase inteiro; só não apareceu sua cara orelhuda.

Em 2017,  mudou a cara do rato, mas nada de novo no rugido do leão umbigocêntrico. É que o rato só olha para seu próprio bigode. Não se lembra das vésperas da Revolução Francesa, em que os “Notáveis” se recusaram a perder os privilégios de nascimento quando o Terceiro Estado tentou aprovar que todos devem pagar impostos. Foi um chilique total no clero e na nobreza, que continuaram vendo apenas seu próprio umbigo.

Não conseguindo mudar institucional e pacificamente a realidade francesa, o Terceiro Estado rompeu com os demais e, inflamando os mais pobres, os excluídos, partiu para a revolução.
E ninguém acreditava no poder daquelas massas, que, não tendo pão, também não podiam comer brioches, como sugeriu a rata coroada. Impossibilitado de esconder o rabo, o rato apareceu inteiro e, depois de novos chiliques, perdeu a cabeça.

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