quarta-feira, 9 de julho de 2014

2014: ELEIÇÕES E PROVAS DO ENEM


Em 2002, a prova do ENEM apresentou alguns textos e uma imagem, tratando de política, de democracia e de eleições.

     Para que existam hoje os direitos políticos, o direito de votar e ser votado, de escolher seus governantes e representantes, a sociedade lutou muito.
     A política foi inventada pelos humanos como o modo pelo qual pudessem expressar suas diferenças e conflitos sem transformá-los em guerra total, em uso da força e extermínio recíproco. (...)
     A política foi inventada como o modo pelo qual a sociedade, internamente dividida, discute, delibera e decide em comum para aprovar ou reiterar ações que dizem respeito a todos os seus membros.
(Marilena Chauí. Convite à filosofia. São Paulo: Ética, 1994).
     A democracia é subversiva. … subversiva no sentido mais radical da palavra.
     Em relação à perspectiva política, a razão da preferência pela democracia reside no fato de ser ela o principal remédio contra o abuso do poder. Uma das formas (não a única) é o controle pelo voto popular que o método democrático permite por em prática. Vox populi vox dei.
(Norberto Bobbio. Qual socialismo? Discussão de uma alternativa. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983. Texto adaptado)
     Se você tem mais de 18 anos, vai ter de votar nas próximas eleições. Se você tem 16 ou 17 anos, pode votar ou não.
O mundo exige dos jovens que se arrisquem. Que alucinem. Que se metam onde não são chamados. Que sejam encrenqueiros e barulhentos. Que, enfim, exijam o impossível.
     Resta construir o mundo do amanhã. Parte desse trabalho é votar. Não só cumprir uma obrigação. Tem de votar com hormônios, com ambição, com sangue fervendo nas veias. Para impor aos vitoriosos suas exigências – antes e principalmente depois das eleições.
(André Forastieri. Muito além do voto. Época. 6 de maio de 2002. Texto adaptado).



                                                        Comício das Diretas-Já, 1984

     Quase coincidindo as datas, chega ao fim a Copa do Mundo de 2014 e foi dado o chute inicial para as eleições. Em 5 de outubro, as eleições de primeiro turno.

     Nossa República é montesquiana, no sentido de que o Estado é dividido em três poderes, dois dos quais renováveis através do voto: o Executivo e o Legislativo.

     Em 2014, serão eleitos o Presidente da República e, em cada Estado o Governador, ou seja, o Executivo Federal e o Executivo Estadual, respectivamente. Serão renovados ainda o Legislativo Federal e o Legislativo Estadual, com a eleição de um Senador por Estado, de Deputados Federais e de Deputados Estaduais. Em 8 e 9 de novembro, a prova do ENEM.

     Em 2002, com mais de 53 milhões de votos (cerca de 62% do total), as urnas deram a vitória a Luiz Inácio Lula da Silva para a Presidência da República. Naquele ano, a prova do ENEM ocorreu em 25 de agosto, com 1.829.170 candidatos.

     Doze anos depois, como estarão os jovens que, em 2002 fizeram a prova do vestibular e deram provas de sua cidadania ao participarem das eleições? Serão, sem dúvida, muitas histórias pessoais que se fundem na mesma perspectiva de defesa da democracia, do direito de ser ouvido.

    Em 2014, 9.519.827 se inscreveram para a prova do Exame Nacional do Ensino Médio e o exército de eleitores é de 141.824.607. Que mudanças qualitativas esperar desses números? Tudo indica que a sociedade continuará avançando na direção da democracia.

     Em 2026, como estará você, jovem de 2014 que, em menos de 40 dias, fará a prova de capacitação cidadã e a prova de capacitação vocacional e profissional? No meio deste caminho, muitas histórias pessoais. Mas há, sem dúvida, uma história especial nesse futuro: o crescer da cidadania, a certeza de que cada indivíduo se sentirá parte de um todo, mais humano, mais democrático.


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