E ETAPAS
HISTÓRICAS DO CAPITALISMO
A crise estrutural do feudalismo
proporcionou o surgimento de novas relações sociais de produção que formaram um
novo modo de produção, o capitalismo, antítese do modo de produção feudal.
O que define o modo de produção feudal são as
relações servis de produção. No feudalismo, a economia era rural, fechada,
a produção era consumida no próprio local, o feudo, e não havia estruturalmente
a produção de excedentes. O trabalhador era o proprietário dos meios de
produção, em sua oficina doméstica. A sociedade era estamental, baseada no
nascimento, e os estamentos fundamentais eram o dos senhores e o dos servos. O
poder político estava pulverizado, nas mãos dos senhores feudais, e não nas do
rei, ou seja, a monarquia feudal era descentralizada. Entre os senhores, havia
a relação de suserania e vassalagem, uma intrincada rede política que esvaziava
o poder do rei.
O que define o modo de produção
capitalista são as relações assalariadas de produção. Na
Antiguidade Clássica (Grécia e Roma), já havia propriedade privada, lucro
monetário, acumulação de capital móvel, mas a força de trabalho definidora do
sistema era escravista, não assalariada. Por isso, não havia capitalismo. No
capitalismo, o trabalhador deixou de ser o proprietário dos meios de produção,
recebendo apenas um salário como pagamento de sua força de trabalho. A produção
é destinada ao mercado, onde é colocada em busca de lucro monetário. A
sociedade é formada por classes, definidas pela renda, e não mais pelo
nascimento. As classes definidoras da sociedade são a burguesia, proprietária dos meios de produção de capital e o proletariado, proprietário da força de
trabalho, vendida ao capitalista em troca de um salário. Quanto ao poder
político, na Idade Moderna era absolutista, centralizada no rei e, depois das Revoluções Burguesas, liberal, quer na
forma republicana, quer na forma monárquica.
O
PRÉ-CAPITALISMO (SÉCULO XII AO XV)
O feudalismo entrou em crise estrutural. A
busca de saídas para essa crise desembocou em novas relações, típicas do
Renascimento Comercial e do Renascimento Urbano. O êxodo rural, a reabertura do
Mediterrâneo ao comércio europeu, o nascimento da burguesia, as feiras, os
polos de comércio, as rotas comerciais e o uso da moeda como instrumento de
troca conviviam com estruturas feudais, como o trabalho servil, ainda
dominante. Contudo, nas oficinas domésticas, os mestres de ofício, em épocas de
aumento da procura, contratavam artesãos que trabalhavam por jornada (os jornaleiros), que recebiam pagamentos
diários em dinheiro. Assim se originaram os assalariados.
O
CAPITALISMO COMERCIAL (SÉCULO XV AO XVIII)
A crise do século XIV, marcada
conjunturalmente pela guerra, pela peste e pela fome foi uma crise de retração. Mas, no século
seguinte, ocorreu o inverso, a crise de
crescimento. A população voltou a crescer, assim como a necessidade de
mercados produtores de matérias primas tropicais, insumos e metais amoedáveis. Se
o Renascimento Comercial foi mediterrâneo (século XI ao XV), a Revolução Comercial foi atlântico. A
circulação (sinônimo de comércio) de mercadorias tornou-se global, incorporando
a América. Na Europa, a servidão entrou em franco retrocesso e o trabalho
assalariado se generalizou. Na periferia do capitalismo comercial, ocorreu o
renascimento da escravidão, especialmente na América. O Atlântico era a tela
emoldurada por África, América e Europa, as duas primeiras como geradoras e a
última como acumuladora de capital monetário. Assim, o comércio era a principal
fonte de acumulação de capital, subordinando outras atividades, como a
agricultura e a manufatura. A centralização política nas mãos do rei
(absolutismo) foi estendida à centralização das decisões econômicas
(mercantilismo).
O
CAPITALISMO INDUSTRIAL (SÉCULO XVIII AO XX)
O
CAPITALISMO FINANCEIRO OU MONOPOLISTA (SÉCULOS XX E XXI)
Nos últimos anos do século
XIX e especialmente no século XX, as instituições financeiras, como bancos e
outras grandes corporações, passaram a dominar completamente o sistema
capitalista. O setor industrial, o comercial, o agrícola, o pecuarista, o de
lazer, o do turismo, enfim, todos os outros, passaram a depender do setor
financeiro. O capital passou a ser a principal fonte de capital. A fusão de
empresas e o caráter internacionalizado explicam a existência do capitalismo
monopolista, embora, no seu discurso, continue a falar em livre iniciativa,
livre concorrência.
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