domingo, 8 de abril de 2012

FUNERAL DE UM LAVRADOR

Uma das mais importantes peças da dramaturgia brasileira é Morte e Vida Severina, de João Cabral de Melo Neto, musicada por Chico Buarque. Nela encontra-se a música abaixo, interpretada por Tânia Alves, numa montagem para a televisão. O assunto central do texto é a reforma agrária, a luta pela terra. E esse é um assunto de longo prazo histórico, que talvez tenha se iniciado com os Irmãos Graco na República Romana e até hoje não foi resolvido. E os Gracos continuam por aí, nas figuras de Chico Mendes, da missionária norte-americana Dorothy Stang e de tantos outros.




Funeral de um Lavrador

Chico Buarque

Esta cova em que estás com palmos medida
É a conta menor que tiraste em vida
É a conta menor que tiraste em vida
É de bom tamanho nem largo nem fundo
É a parte que te cabe deste latifúndio
É a parte que te cabe deste latifúndio
Não é cova grande, é cova medida
É a terra que querias ver dividida
É a terra que querias ver dividida
É uma cova grande pra teu pouco defunto
Mas estarás mais ancho que estavas no mundo
estarás mais ancho que estavas no mundo
É uma cova grande pra teu defunto parco
Porém mais que no mundo te sentirás largo
Porém mais que no mundo te sentirás largo
É uma cova grande pra tua carne pouca
Mas a terra dada, não se abre a boca
É a conta menor que tiraste em vida
É a parte que te cabe deste latifúndio
É a terra que querias ver dividida
Estarás mais ancho que estavas no mundo
Mas a terra dada, não se abre a boca.

Uma homenagem a Chico Mendes, com uma breve biografia musicada:




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