A mais longa rebelião do Brasil (1912 a 1916), no século XX,
foi a chamada Guerra do Contestado, ou Guerra dos Pelados. Ocorreu numa região
rica em madeira e erva-mate, localizada entre o Paraná e Santa Catarina, que
era, na época, contestada pelos dois Estados.
O empresário estadunidense
Percival Farquhar obteve concessão republicana para construir uma ferrovia
ligando São Paulo ao Rio Grande do Sul. O governo negociou com a Brazil
Railway, empresa subsidiária da Lumber Company. O projeto expropriou os
habitantes que moravam até 15
km à direita e à esquerda da linha férrea.
Os expropriados aumentaram em número, anos mais tarde, devido à mão-de-obra demitida após a construção da linha: “Quatro mil ex-detentos e miseráveis de Santos, Rio de Janeiro e São Paulo, recrutados para as obras foram demitidos e expulsos das cabanas de palha levantadas à beira da estrada.”(O Estado de São Paulo, de 12/02/2012, Caderno Especial)
Os expropriados aumentaram em número, anos mais tarde, devido à mão-de-obra demitida após a construção da linha: “Quatro mil ex-detentos e miseráveis de Santos, Rio de Janeiro e São Paulo, recrutados para as obras foram demitidos e expulsos das cabanas de palha levantadas à beira da estrada.”(O Estado de São Paulo, de 12/02/2012, Caderno Especial)
O “monge” José Maria, dizendo-se
herdeiro do beato João Maria, instaurou um “governo dos céus”, muito
semelhante ao fenômeno messiânico de Conselheiro, em Canudos.
Inspirado pelas novelas de cavalaria, contava com o apoio do coronel Henrique
de Almeida, inimigo do coronel Francisco de Albuquerque no cultivo da erva-mate.
A República interpretou o
movimento como monarquista quando este reivindicou as terras expropriadas e
responsabilizou o governo pelos males vigentes.
O movimento alarmou o governo, que
prendeu alguns adeptos de José Maria e raspou-lhes os cabelos. Solidariamente,
os outros seguidores também rasparam suas cabeças. Opunham-se os “pelados”
(fiéis) aos“peludos” (militares).
José Maria foi morto no primeiro
embate quando o governo paraense entendeu a presença de camponeses como uma
invasão catarinense e enviou tropas para dispersar o movimento. Assumiram a
liderança rebelde as “virgens”, destacando-se Maria Rosa, de 15 anos, criadoras
de comunidades crentes opositoras ao governo.
Uma menina em Taquaruçu, dizendo
ter visto José Maria em sonho, reavivou uma crença semelhante ao sebastianismo
com o retorno do monge junto de um exército, promovendo a “Romaria dos fiéis a
Taquaruçu”. O governo de Curitibanos denunciou o “movimento monárquico”.
Dispersos ao longo do Contestado, os pelados empregaram a técnica de
guerrilha e se reuniram na cidade de Santa Maria.
6 mil soldados, junto das forças
civis locais e da aviação, pela primeira vez utilizada para esse fim no Brasil,
derrotam o movimento, em 1916. Mais um problema social foi “resolvido”pelo uso
da força. Hoje, a região do conflito pertence a Santa Catarina e apresenta os
maiores índices de pobreza do Estado.
(O jornal O Estado de São Paulo,
de 12 de fevereiro de 2012, publicou um caderno especial, com brilhante
trabalho jornalístico intitulado “Meninos do Contestado”. Leia em www.estadao.com.br/e/contestado
Outra produção sobre o assunto: http://www.youtube.com/watch?v=UXOdIYxhgT8&feature=related
Assista ao filme Guerra dos Pelados: http://www.youtube.com/watch?v=KnSvUJP0tr4
Outra produção sobre o assunto: http://www.youtube.com/watch?v=UXOdIYxhgT8&feature=related
Assista ao filme Guerra dos Pelados: http://www.youtube.com/watch?v=KnSvUJP0tr4
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