O modo de produção feudal caracteriza a chamada Idade Média europeia, do século V ao século XV. Suas origens encontram-se em instituições romanas, do Baixo Império (do século III ao século V) e em instituições germânicas, povos bárbaros que invadiram territórios do Império Romano do Ocidente, onde fundaram vários reinos, rompendo a até então unidade romana da Europa.
Entre as contribuições romanas para o feudalismo, destacam-se a crise do escravismo e o advento do colonato, o êxodo urbano, a ruralização da economia, a aristocratização da sociedade, o avanço do cristianismo e o processo de descentralização do poder.
Entre as contribuições germânicas, destacam-se o modo de vida rural dos bárbaros, o comitatus (assembleias dos guerreiros com o chefe tribal onde se faziam juramentos recíprocos), o ordálio (julgamento de caráter divino) e a lei oral, fundada nos costumes tribais.
As instituições romanas e germânicas se mesclaram num longo processo, formando as estruturas fundamentais do sistema. Tais estruturas foram consolidadas por fatores conjunturais, como a insegurança da antiga vida urbana provocada pelas invasões bárbaras, do século III ao século IX, acentuando a já iniciada ruralização. Enquanto os bárbaros invadem a Europa de Leste para Oeste, os Vikings assediaram populações portuárias e ribeirinhas, do Norte para o Sul, e os muçulmanos, bloqueando o Mediterrâneo ao comércio europeu, atacavam de Sul para o Norte.
A insegurança era o denominador comum da vida, o que explica a heroificação do cavaleiro medieval, a arquitetura dos castelos e os jogos entre os cavaleiros, as justas, com suas lanças, espadas, armaduras. A espada era tão importante que muitas delas recebiam nome próprio, como a de Carlos Magno e a mítica do Rei Arthur. A segurança era uma moeda de troca, dada pelo senhor feudal aos servos, cabendo a esses o cumprimento das obrigações costumeiras e hereditárias, incluindo os tributos.
A superestrutura feudal, ou seja, a ideologia do sistema, refletia a vida material. A Igreja cristã tornou-se dominadora e monopolizadora do saber letrado, da cultura intelectual, marcada pelo teocentrismo, pelo misticismo, pelo pessimismo. Adotou a filosofia platônica de Santo Agostinho (séculos IV e V), do servo arbítrio, da predestinação.
Muito do mundo de hoje nasceu naqueles tempos. As ideias são fenômenos de longo prazo e persistem no consciente ou no inconsciente coletivo. Uma das heranças vindas das origens do feudalismo, da fusão da cultura latina, difundida por Roma, e da cultura germânica são os nomes dos dias da semana, como vemos abaixo.
INGLÊS
ITALIANO
Sunday (dia do Sol)
Domenica (dia do Senhor)
Monday (dia da Lua)
Lunedì (dia da Lua)
Tuesday (dia de Tiwaz, deus protetor das assembleias na mitologia germânica)
Martedì (dia de Marte, deus da guerra na mitologia romana)
Wednesday (dia de Woden, chefe germânico)
Mercoledì (dia de Mercúrio,deus do comércio na mitologia romana)
Thursday (dia de Thor, deus dos raios na mitologia germânica)
Giovedì (dia de Júpiter, deus do Céu na mitologia romana)
Friday (dia de Freya, deusa do amor na mitologia germânica)
Venerdì (dia de Vênus, deusa do amor na mitologia romana)
Saturday (dia de Saturno, pai de Júpiter na mitologia romana)
Sabato (dia do repouso, derivado do hebraico shabat)
(Obs. Para alguns estudiosos, Wednesday não deriva de "Woden, chefe germânico", mas de Wotan, o senhor dos deuses entre os germanos. Adaptado de FRANCO JÚNIOR, Hilário, A Idade Média, Nascimento do Ocidente, p. 124.)
Nossa, muito legal nesse post o resumão do feudalismo! Valeu, Wagner ;)
ResponderExcluirAté quarta! =*