domingo, 12 de maio de 2013

EXERCÍCIOS: ROMA E IDADE MÉDIA



QUESTÃO 01
“A clientela é um laço sagrado que a religião formou e que coisa nenhuma pode quebrar. Uma vez cliente de uma família, nunca mais pode desligar-se dela. A clientela dos tempos primitivos não é uma relação voluntária e passageira entre dois homens; é hereditária; é-se cliente por dever, de pai a filho”. (FUSTEL DE COULANGES, N., A Cidade Antiga, vol. I, Livraria Clássica Editora.,pág. 177).
      a)    Em Roma Antiga, qual o papel da clientela?
      b)    Qual e relação entre a expansão militarista romana e o aumento quantitativo da clientela?

QUESTÃO 02
“O monopólio exercido pelo patriciado, em fins do século VI a.C., revestia por sua vez a forma social, jurídica, política e religiosa. Os plebeus o contestaram por um programa igualmente completo de reivindicações na esfera social: a suavização do regime de dívidas e a solução da questão agrária; na esfera jurídica, a redação de um código comum a todos e a autorização dos casamentos mistos; na esfera política, o acesso ao Consulado e às magistraturas criadas em consequência, a entrada no Senado e a validade legal dos plebiscitos; na esfera religiosa, a repartição do sacerdócio com os patrícios”. (HOMO, L., Nueva Historia de Roma, Editorial Ibérica, págs. 40 e 41).
      a)    Qual é a luta central do texto?
      b)    Qual a ação dos plebeus nessa luta?
QUESTÃO 03
“As novas características da vida romana após a expansão mediterrânea são bem conhecidas. É comum apontá-las: o influxo de riqueza e investimentos em terras; a importação de cereais estrangeiros, fornecimento de mão-de-obra escrava barata, e com isso a disseminação dos latifúndios como propriedades abastecedoras das cidades, e o declínio do campesinato; a ascensão de uma classe comercial e industrial ao lado de um proletariado urbano; tudo levando, enfim, à corrupção da vida pública, à fraqueza do sistema militar e à inquietação social, que, por sua vez, levava a uma situação revolucionária”. (BALSDON, J. P., org., O Mundo Romano, Zahar Editores, págs. 25 e 26).
      a)    O que a criação dos latifúndios e o aumento do número de escravos provocaram na plebe romana?
      b)    A qual “classe comercial e industrial” o texto se refere?
QUESTÃO 04 (UEL – 2008, ADAPTADA)
“Os animais da Itália possuem cada um sua toca, seu abrigo, seu refúgio. No entanto, os homens que combatem e morrem pela Itália estão à mercê do ar e da luz e nada mais: sem lar, sem casa, erram com suas mulheres e crianças. Os generais mentem aos soldados quando, na hora do combate, os exortam a defender contra o inimigo suas tumbas e seus lugares de culto, pois nenhum destes romanos possui nem altar de família, nem sepultura de ancestral. É para o luxo e enriquecimento de outrem que combatem e morrem tais pretensos senhores do mundo, que não possuem sequer um torrão de terra. (Plutarco, Tibério Graco, IX, 4. In: PINSKY, J. "100 Textos de História Antiga". São Paulo: Contexto, 1991. p. 20.)
      a)    A qual classe social pertenciam os generais citados?
      b)    O que o autor do texto pretende com seu discurso?

QUESTÃO 05
TEXTO 1 “No Direito Romano, o escravo era uma peça. Varrão, escritor latino do século I a.C., classifica o equipamento da fazenda como falantes, não-falantes e mudos, isto é, escravo, gado e arados. O escravo pode ser comprado, vendido ou alugado, casado ou não (…), alimentado, vestido e, em geral, punido ao gosto de seu dono. Tudo o que ganha pertence legalmente ao seu proprietário. Filho de mãe escrava é propriedade do seu senhor”. (BALSDON, J. P., org., O Mundo Romano, Zahar Editores., pág. 175)
TEXTO 2. Provérbio romano: “Todo escravo é um inimigo”.
      a)    Qual a semelhança entre o texto 1 e o texto 2?
      b)    O Direito Romano tratava os plebeus da mesma forma que tratava os escravos? Explique.
QUESTÃO O6
“Assim, o século I a.C., foi uma época de transição, em que a antiga cidade-Estado se desmantelou e degenerou num governo de duas classes privilegiadas, os Senadores e os Cavaleiros, e em que surgiu um novo sistema de Monarquia. A concepção de uma família de Estados livres e independentes (pela qual lutaram os gregos e era a base da Constituição romana nos séculos IV e III a.C.) dava, aos poucos, lugar à antiga noção oriental de um único Estado mundial, com uma cultura uniforme e governado por um só homem”. (ROSTOVTZEFF, M., História de Roma, Zahar Editores, pág. 152).
Usando o texto, mostre uma profunda diferença entre a História política da Grécia e a de Roma.
QUESTÃO 07
“No fim do século III d.C., os Imperadores procuram através de um reforço do despotismo dar ao regime a estabilidade que, mais e mais, lhe faltava. A ideia nasceu sob a influência das Monarquias orientais (...), segundo a qual só a Monarquia Absoluta podia salvar o Império e prevenir o retorno sempre ameaçador da anarquia militar”. (HOMO, L., Nueva Historia de Roma, Editorial Ibérica., pág. 325).
Use o texto para mostrar que o Império Romano iniciava a crise que o levaria a seu fim.
QUESTÃO 08
“Assim, no Mediterrâneo Oriental a vida urbana continuava com todas as suas consequências. A maior parte dos ofícios era ainda exercida com a perícia técnica e o equipamento aperfeiçoados na época clássica e na helênica. As propriedades ainda eram exploradas cientificamente e produziam para o mercado. A troca não afastou inteiramente a economia monetária, nem autossuficiência paralisou totalmente o comércio. A escrita não foi esquecida. Em Alexandria e em Bizâncio, os textos científicos e literários foram copiados e guardados cuidadosamente. A Medicina grega era praticada nos hospitais públicos com o beneplácito da Igreja”. (GORDON CHILDE, V., O Que Aconteceu na História pág. 293).
      a)    Qual a civilização retratada no texto?
      b)    O que ocorria na Europa Ocidental nesse momento?
QUESTÃO 09
 “Por toda a Europa reinava apenas uma Igreja; se um homem não fosse batizado na Igreja, não era membro da sociedade. Quem quer que fosse ex-comungado pela Igreja perdia automaticamente seus direitos civis e políticos. E ao mesmo tempo era a Igreja que dava asilo a todas as almas em perigo, que procuravam abrigo entre seus muros. Era a Igreja que insistia em recomendar que os pobres não jejuassem tanto quanto os ricos e que proibia trabalho servil aos domingos. Era a Igreja que prestava serviços sociais aos pobres (…) Durante muito tempo nunca houve outra fonte de educação, além da eclesiástica. E era enorme a autoridade que a Igreja possuía, não só sobre as almas dos homens como também sobre os seus negócios (…) E por obra dos seus eruditos pode igualmente a Igreja preservar e cultivar o que restava da herança da cultura romana (…) Entre os legados que a Igreja conservou, conte-se a língua latina; o respeito pela palavra escrita; e um consequente zelo pelo registro dos acontecimentos baseado no conceito romano de que ‘scriptamanent’ – o que está escrito permanece”. (FREMANTLE, A., Idade de Fé, Livraria José Olympo Editora, págs. 12 e 13).
De acordo com o texto, qual o papel da Igreja na Alta Idade Média?

QUESTÃO 10
“Nos campos, as grandes propriedades tomam proporções gigantescas, ao mesmo tempo em que a população diminui. O sistema do ‘colonato’ se estabelece: o proprietário se reserva uma parte de seu domínio (sua vila), no centro do qual a insegurança obriga a fortificar seu castelo; no resto do domínio ele impõe o cultivo feito por camponeses ou ‘colonos’, aos quais concede lotes de terra. Estes colonos, que por vezes são bárbaros instalados no Império, tornam-se verdadeiros ‘servos’, presos à terra que não têm direito de abandonar. Estes domínios tendem a viver de seus próprios recursos em ‘economia fechada’. Assim se esboça o sistema agrário que será o da Alta Idade Média”. (ARONDEL, M., e outros, Rome  et Le Moyen Áge jusqu’en 1328., pág. 123).
Qual sistema histórico que, segundo o texto, está nascendo na Europa.? Explique, usando o texto.
QUESTÃO 11
“Chorai, raça dos francos, porque o Império construído pela graça de Cristo jaz agora no pó (…). Que os homens se aflijam porque o coração dos homens endureceu (…). Toda a quietude da paz se destruiu em ásperas rivalidades (…). A unidade real fragmentou-se (…). Em vez de um Rei, não há senão Reizinhos, em vez de um Reino, não há senão sombras de Reino. O bem comum não é mais reconhecido; cada um só se preocupa com os próprios interesses (…)”.  (Depoimento de Florus, cronista que morreu em 860. Citado por GOTHIER, L. e TROUX, A., L’Antiquité ., pág. 73).
      a)    De qual império o texto está tratando?
      b)    O autor diz “Em vez de um Rei, não há senão Reizinhos”. Qual documento deu origem a esse processo?
QUESTÃO 12
“Abd Allah AL-Ma’mûn (…) entrou em entendimentos com os Imperadores de Bizâncio, deu-lhes ricos presentes e lhes solicitou a doação dos livros de Filosofia que possuíam. Os Imperadores enviaram-lhes obras de Platão, de Aristóteles, de Hipócrates, de Galeno, de Euclides, de Ptolomeu etc. Al-Ma’mûn então escolheu eméritos tradutores e os encarregou de traduzir o melhor possível, o Califa estimulou seus súditos a lê-las e os encorajou a estudá-las. Em consequência, o movimento científico desenvolveu-se no reinado desse príncipe”. (Said Al Andalusi [1029-1070], in As Categorias das Nações. Citado por GOTHIER, L. e TROUX, A., Le Moyen Áge., pág. 45).
      a)    Qual o papel histórico do Império Muçulmano, em relação à cultura Clássica Ocidental, destacado no texto?
      b)    Para a Península Ibérica, quais os reflexos desse contato entre o islão e os bizantinos, descrito no texto?
QUESTÃO 13
“Nos campos onde quase não havia padres, os monges, junto aos camponeses, trabalhavam com eles, aconselhando-os e convertendo-os à religião cristã. Frequentemente escolhendo as florestas como refúgio, os monges desbravaram terrenos, e sua presença resultou na formação de aldeias. A maioria dos grandes mosteiros possuía oficina de copistas, monges encarregados de transcrever os livros santos. Os irlandeses destacaram-se na arte, produzindo esplêndidos manuscritos ornamentados de animais, entrelaçados e pessoas estilizadas. Durante toda a Idade Média, os mosteiros beneditinos foram ativos centros artísticos e intelectuais. Proporcionaram à Igreja grande número de Papas e de Bispos”. (ARONDEL, M., e outros, Rome  et Le Moyen Áge jusqu’en 1328., págs. 144 e 147).
Enquanto a Europa mergulhava no feudalismo, qual o papel cultural dos monges?
QUESTÃO 14.
 Declaração de um Bispo no século IX: “Dei meu ouro e recebi o bispado, mas confio recebê-lo de volta, se souber como proceder. Para ordenar um padre, cobrarei em ouro; para ordenar um diácono, cobrarei um monte de prata (…). Paguei bom ouro, mas hei de rechear a bolsa”. (FREMANTLE, A., Idade de Fé, Livraria José Olympo Editora., pág. 38).
      a)    Qual o desregramento praticado pelo bispo citado?
      b)    Que outros desregramentos o clero secular cometia?
QUESTÃO 15
“Deus criador do mundo, pôs no firmamento dois grandes astros para iluminar: o Sol que preside ao dia, e a Lua, que preside à noite. Do mesmo modo, no firmamento da Igreja universal, instituiu Ele duas dignidades: o Papado, que reina sobre as almas, e a Realeza, que domina os corpos. Mas o primeiro é muito superior à segunda”. (Pronunciamento de Inocêncio III. Citado por FREITAS, G. de,900Textos e Documentos de História. Volume 1, pág. 204).
Qual a ideia central do texto?
QUESTÃO 16
“Os nobres são guerreiros, os protetores das igrejas. Defendem a todos os homens do povo, grandes ou modestos, e também a si mesmos. A outra classe é a dos não livres. Esta desgraçada raça nada possui sem sofrimento. Provisões, vestimentas são providas para todos pelos não livres, pois nenhum homem livre é capaz de viver sem eles.
Portanto, a cidade de Deus, que se crê única, está dividida em três Ordens: alguns rezam, outros combatem e outros trabalham. Estas três Ordens vivem juntas e não suportariam uma separação. Os serviços de uma delas permitem os trabalhos das outras duas. Cada um, alternadamente, presta seu apoio a todos”. (Adalberto, Bispo de Laon. Citado por BOUTRUCHE, R., Señorío y Feudalismo, Siglo Veintiuno Editores, pág. 307).
      a)    Explique, usando o primeiro parágrafo, quem é o produtor de bens materiais e quem se apropria desses bens.
      b)    Quem são os que rezam, quem são os que combatem e quem são os que trabalham?
QUESTÃO 17
 “Este crescimento contínuo, que prosseguirá sem diminuir até os últimos anos do século XIII e só passará inteiramente nos meados do XIV, surge como motor primeiro de tudo o que se passa na Baixa Idade Média. Não foi talvez o fenômeno de maior importância – as Universidades e as catedrais, os Parlamentos e as cidades contam mais do que o número dos nascimentos e dos óbitos – mas foi seguramente o fenômeno inicial que tornou possíveis todos os outros”. (LOPEZ, R. S., O Nascimento da Europa., pág. 120).
      a)    Segundo o texto, qual foi o fator desencadeador de tantas outras transformações ocorridas na Baixa Idade Média?
      b)    O que houve nos meados do século XIV, que interrompeu tal processo?
QUESTÃO 18
No artesanato urbano “a grande descoberta da Idade Média foi a da máquina. O homem domesticou a força das águas e depois a força dos ventos. O moinho começou a substituir parcialmente as antigas manivelas e moedores manuais para a fabricação de farinhas, cerveja, óleo, depois tanino (século XI), açúcar (1166), pastel-dos-tintureiros (século XIV), papel etc. Equipada com um eixo dentado, a máquina logo passou a movimentar malhetes, martelos e até mesmo serras (…). A adaptação do moinho, por volta de 1340, ao manejo do fole, que projetava sobre o metal em brasa um jato d’água contínuo, estimulou a atividade das forjas”. (LE MENÉ, M., A Economia Medieval., pág. 84).
      a)    Diferencie a máquina da Idade Média, citada no texto, da máquina da Revolução Industrial.
      b)    Comprove, através do texto, que os humanistas do Renascimento Cultural eram preconceituosos ao chamarem a Idade Média de “Idade das Trevas”.
QUESTÃO 19.
Nos séculos XIV e XV, ocorreram muitas revoltas camponesas: “desde Flandres em 1310 até a Jacquerie em 1358 na França e a Revolta Camponesa em 1381 na Inglaterra, para mencionar apenas as mais importantes. As doutrinas igualitárias expressas por John Ball e outros (‘Quando Adão cultivava e Eva fiava quem era o nobre?’) são indicativas dos sentimentos dos camponeses acerca da sociedade (…)”. (HODGETT, G. A. J., História Social e Econômica da Idade Média, Zahar Editores., pág. 242).
      a)    Muitas Revoltas Camponesas ocorreram durante a Guerra dos Cem anos (como as de 1358 e as de 1381, citadas no texto). Qual foi o resultado político dessas revoltas?
      b)    Para as elites dominantes, qual o perigo das pregações “expressas por John Ball e outros” de que fala o texto?
QUESTÃO 20
“Nenhum imposto será estabelecido no nosso Reino, se não for pelo conselho comum do nosso Reino (...).
A cidade de Londres conservará suas antigas liberdades e seus costumes livres em terra e no mar. Queremos e concedemos também às outras cidades, povoados e portos, sem exceção, o gozo de suas liberdades e livres costumes.
(…). Nenhum homem livre será detido, aprisionado ou privado de seus bens, ou posto fora da lei, ou exilado, ou prejudicado de algum modo (…) a não ser em virtude de um julgamento legal de seus pares ou em virtude da lei do país”. (Artigos da Magna Carta, de 15 de julho de 1215. Citado por JENNINGS, I., Magna Carta and its Influence in World Today, Headley Brothers Ltd, pág. 45).
      a)    De acordo com o documento acima, qual era o poder do rei na Inglaterra?
      b)    Enquanto, na Baixa Idade Média, o rei centralizava o poder em suas mãos em Portugal, na Espanha e na França, quem centralizava o poder na Inglaterra?


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