QUESTÃO 01
“A clientela é um laço
sagrado que a religião formou e que coisa nenhuma pode quebrar. Uma vez cliente
de uma família, nunca mais pode desligar-se dela. A clientela dos tempos
primitivos não é uma relação voluntária e passageira entre dois homens; é hereditária;
é-se cliente por dever, de pai a filho”. (FUSTEL DE COULANGES, N., A Cidade Antiga, vol. I, Livraria Clássica Editora.,pág. 177).
a)
Em
Roma Antiga, qual o papel da clientela?
b)
Qual
e relação entre a expansão militarista romana e o aumento quantitativo da
clientela?
QUESTÃO 02
“O monopólio exercido
pelo patriciado, em fins do século VI a.C., revestia por sua vez a forma
social, jurídica, política e religiosa. Os plebeus o contestaram por um
programa igualmente completo de reivindicações na esfera social: a suavização
do regime de dívidas e a solução da questão agrária; na esfera jurídica, a
redação de um código comum a todos e a autorização dos casamentos mistos; na
esfera política, o acesso ao Consulado e às magistraturas criadas em
consequência, a entrada no Senado e a validade legal dos plebiscitos; na esfera
religiosa, a repartição do sacerdócio com os patrícios”. (HOMO, L., Nueva Historia de Roma, Editorial Ibérica, págs. 40 e 41).
a)
Qual
é a luta central do texto?
b)
Qual
a ação dos plebeus nessa luta?
QUESTÃO 03
“As novas características
da vida romana após a expansão mediterrânea são bem conhecidas. É comum
apontá-las: o influxo de riqueza e investimentos em terras; a importação de
cereais estrangeiros, fornecimento de mão-de-obra escrava barata, e com isso a
disseminação dos latifúndios como propriedades abastecedoras das cidades, e o
declínio do campesinato; a ascensão de uma classe comercial e industrial ao
lado de um proletariado urbano; tudo levando, enfim, à corrupção da vida
pública, à fraqueza do sistema militar e à inquietação social, que, por sua
vez, levava a uma situação revolucionária”. (BALSDON, J. P., org., O Mundo Romano, Zahar Editores, págs. 25
e 26).
a)
O
que a criação dos latifúndios e o aumento do número de escravos provocaram na
plebe romana?
b)
A
qual “classe comercial e industrial”
o texto se refere?
QUESTÃO 04 (UEL – 2008, ADAPTADA)
“Os animais da Itália possuem cada um sua
toca, seu abrigo, seu refúgio. No entanto, os homens que combatem e morrem pela
Itália estão à mercê do ar e da luz e nada mais: sem lar, sem casa, erram com suas
mulheres e crianças. Os generais mentem aos soldados quando, na hora do
combate, os exortam a defender contra o inimigo suas tumbas e seus lugares de
culto, pois nenhum destes romanos possui nem altar de família, nem sepultura de
ancestral. É para o luxo e enriquecimento de outrem que combatem e morrem tais
pretensos senhores do mundo, que não possuem sequer um torrão de terra.
(Plutarco, Tibério Graco, IX, 4. In: PINSKY, J. "100 Textos de História Antiga". São Paulo: Contexto,
1991. p. 20.)
a)
A
qual classe social pertenciam os generais citados?
b)
O
que o autor do texto pretende com seu discurso?
QUESTÃO 05
TEXTO 1 “No
Direito Romano, o escravo era uma peça. Varrão, escritor latino do século I
a.C., classifica o equipamento da fazenda como falantes, não-falantes e mudos,
isto é, escravo, gado e arados. O escravo pode ser comprado, vendido ou
alugado, casado ou não (…), alimentado, vestido e, em geral, punido ao gosto de
seu dono. Tudo o que ganha pertence legalmente ao seu proprietário. Filho de
mãe escrava é propriedade do seu senhor”. (BALSDON, J. P., org., O Mundo Romano, Zahar Editores., pág. 175)
TEXTO 2. Provérbio romano:
“Todo
escravo é um inimigo”.
a)
Qual
a semelhança entre o texto 1 e o texto 2?
b)
O
Direito Romano tratava os plebeus da mesma forma que tratava os escravos?
Explique.
QUESTÃO O6
“Assim, o século I a.C.,
foi uma época de transição, em que a antiga cidade-Estado se desmantelou e
degenerou num governo de duas classes privilegiadas, os Senadores e os
Cavaleiros, e em que surgiu um novo sistema de Monarquia. A concepção de uma
família de Estados livres e independentes (pela qual lutaram os gregos e era a
base da Constituição romana nos séculos IV e III a.C.) dava, aos poucos, lugar
à antiga noção oriental de um único Estado mundial, com uma cultura uniforme e
governado por um só homem”.
(ROSTOVTZEFF, M., História de Roma,
Zahar Editores, pág. 152).
Usando
o texto, mostre uma profunda diferença entre a História política da Grécia e a
de Roma.
QUESTÃO 07
“No fim do século III
d.C., os Imperadores procuram através de um reforço do despotismo dar ao regime
a estabilidade que, mais e mais, lhe faltava. A ideia nasceu sob a influência
das Monarquias orientais (...), segundo a qual só a Monarquia Absoluta podia
salvar o Império e prevenir o retorno sempre ameaçador da anarquia militar”. (HOMO, L., Nueva Historia de Roma, Editorial Ibérica., pág. 325).
Use o
texto para mostrar que o Império Romano iniciava a crise que o levaria a seu
fim.
QUESTÃO 08
“Assim, no Mediterrâneo
Oriental a vida urbana continuava com todas as suas consequências. A maior
parte dos ofícios era ainda exercida com a perícia técnica e o equipamento
aperfeiçoados na época clássica e na helênica. As propriedades ainda eram
exploradas cientificamente e produziam para o mercado. A troca não afastou
inteiramente a economia monetária, nem autossuficiência paralisou totalmente o
comércio. A escrita não foi esquecida. Em Alexandria e em Bizâncio, os textos
científicos e literários foram copiados e guardados cuidadosamente. A Medicina
grega era praticada nos hospitais públicos com o beneplácito da Igreja”. (GORDON CHILDE, V., O Que Aconteceu na História pág. 293).
a)
Qual
a civilização retratada no texto?
b)
O
que ocorria na Europa Ocidental nesse momento?
QUESTÃO 09
“Por toda a Europa reinava apenas uma Igreja;
se um homem não fosse batizado na Igreja, não era membro da sociedade. Quem
quer que fosse ex-comungado pela Igreja perdia automaticamente seus direitos
civis e políticos. E ao mesmo tempo era a Igreja que dava asilo a todas as
almas em perigo, que procuravam abrigo entre seus muros. Era a Igreja que
insistia em recomendar que os pobres não jejuassem tanto quanto os ricos e que
proibia trabalho servil aos domingos. Era a Igreja que prestava serviços sociais
aos pobres (…) Durante muito tempo nunca houve outra fonte de educação, além da
eclesiástica. E era enorme a autoridade que a Igreja possuía, não só sobre as
almas dos homens como também sobre os seus negócios (…) E por obra dos seus
eruditos pode igualmente a Igreja preservar e cultivar o que restava da herança
da cultura romana (…) Entre os legados que a Igreja conservou, conte-se a
língua latina; o respeito pela palavra escrita; e um consequente zelo pelo
registro dos acontecimentos baseado no conceito romano de que ‘scriptamanent’ –
o que está escrito permanece”.
(FREMANTLE, A., Idade de Fé, Livraria
José Olympo Editora, págs. 12 e 13).
De
acordo com o texto, qual o papel da Igreja na Alta Idade Média?
QUESTÃO 10
“Nos campos, as grandes
propriedades tomam proporções gigantescas, ao mesmo tempo em que a população
diminui. O sistema do ‘colonato’ se estabelece: o proprietário se reserva uma
parte de seu domínio (sua vila), no centro do qual a insegurança obriga a
fortificar seu castelo; no resto do domínio ele impõe o cultivo feito por
camponeses ou ‘colonos’, aos quais concede lotes de terra. Estes colonos, que
por vezes são bárbaros instalados no Império, tornam-se verdadeiros ‘servos’,
presos à terra que não têm direito de abandonar. Estes domínios tendem a viver
de seus próprios recursos em ‘economia fechada’. Assim se esboça o sistema
agrário que será o da Alta Idade Média”. (ARONDEL, M., e outros, Rome et Le Moyen Áge jusqu’en
1328., pág. 123).
Qual
sistema histórico que, segundo o texto, está nascendo na Europa.? Explique,
usando o texto.
QUESTÃO 11
“Chorai, raça dos
francos, porque o Império construído pela graça de Cristo jaz agora no pó (…).
Que os homens se aflijam porque o coração dos homens endureceu (…). Toda a
quietude da paz se destruiu em ásperas rivalidades (…). A unidade real
fragmentou-se (…). Em vez de um Rei, não há senão Reizinhos, em vez de um
Reino, não há senão sombras de Reino. O bem comum não é mais reconhecido; cada
um só se preocupa com os próprios interesses (…)”.
(Depoimento de Florus, cronista que morreu em 860. Citado por GOTHIER,
L. e TROUX, A., L’Antiquité ., pág.
73).
a)
De
qual império o texto está tratando?
b)
O
autor diz “Em vez de um Rei, não há senão
Reizinhos”. Qual documento deu origem a esse processo?
QUESTÃO 12
“Abd Allah AL-Ma’mûn (…)
entrou em entendimentos com os Imperadores de Bizâncio, deu-lhes ricos
presentes e lhes solicitou a doação dos livros de Filosofia que possuíam. Os
Imperadores enviaram-lhes obras de Platão, de Aristóteles, de Hipócrates, de
Galeno, de Euclides, de Ptolomeu etc. Al-Ma’mûn então escolheu eméritos
tradutores e os encarregou de traduzir o melhor possível, o Califa estimulou
seus súditos a lê-las e os encorajou a estudá-las. Em consequência, o movimento
científico desenvolveu-se no reinado desse príncipe”. (Said Al Andalusi [1029-1070], in As Categorias das Nações. Citado por
GOTHIER, L. e TROUX, A., Le Moyen Áge.,
pág. 45).
a)
Qual
o papel histórico do Império Muçulmano, em relação à cultura Clássica Ocidental,
destacado no texto?
b)
Para
a Península Ibérica, quais os reflexos desse contato entre o islão e os
bizantinos, descrito no texto?
QUESTÃO 13
“Nos campos onde quase
não havia padres, os monges, junto aos camponeses, trabalhavam com eles,
aconselhando-os e convertendo-os à religião cristã. Frequentemente escolhendo
as florestas como refúgio, os monges desbravaram terrenos, e sua presença
resultou na formação de aldeias. A maioria dos grandes mosteiros possuía
oficina de copistas, monges encarregados de transcrever os livros santos. Os
irlandeses destacaram-se na arte, produzindo esplêndidos manuscritos
ornamentados de animais, entrelaçados e pessoas estilizadas. Durante toda a
Idade Média, os mosteiros beneditinos foram ativos centros artísticos e
intelectuais. Proporcionaram à Igreja grande número de Papas e de Bispos”. (ARONDEL, M., e outros, Rome
et Le Moyen Áge jusqu’en 1328., págs. 144 e 147).
Enquanto
a Europa mergulhava no feudalismo, qual o papel cultural dos monges?
QUESTÃO 14.
Declaração de um Bispo no século IX: “Dei
meu ouro e recebi o bispado, mas confio recebê-lo de volta, se souber como
proceder. Para ordenar um padre, cobrarei em ouro; para ordenar um diácono,
cobrarei um monte de prata (…). Paguei bom ouro, mas hei de rechear a bolsa”.
(FREMANTLE, A., Idade de Fé, Livraria
José Olympo Editora., pág. 38).
a)
Qual
o desregramento praticado pelo bispo citado?
b)
Que
outros desregramentos o clero secular cometia?
QUESTÃO 15
“Deus criador do mundo,
pôs no firmamento dois grandes astros para iluminar: o Sol que preside ao dia,
e a Lua, que preside à noite. Do mesmo modo, no firmamento da Igreja universal,
instituiu Ele duas dignidades: o Papado, que reina sobre as almas, e a Realeza,
que domina os corpos. Mas o primeiro é muito superior à segunda”. (Pronunciamento de Inocêncio III.
Citado por FREITAS, G. de,900Textos e
Documentos de História. Volume 1, pág. 204).
Qual a
ideia central do texto?
QUESTÃO 16
“Os nobres são guerreiros, os
protetores das igrejas. Defendem a todos os homens do povo, grandes ou
modestos, e também a si mesmos. A outra classe é a dos não livres. Esta
desgraçada raça nada possui sem sofrimento. Provisões, vestimentas são providas
para todos pelos não livres, pois nenhum homem livre é capaz de viver sem eles.
Portanto, a cidade de
Deus, que se crê única, está dividida em três Ordens: alguns rezam, outros
combatem e outros trabalham. Estas três Ordens vivem juntas e não suportariam
uma separação. Os serviços de uma delas permitem os trabalhos das outras duas.
Cada um, alternadamente, presta seu apoio a todos”.
(Adalberto, Bispo de Laon. Citado por BOUTRUCHE, R., Señorío y Feudalismo, Siglo Veintiuno Editores, pág. 307).
a)
Explique, usando o primeiro parágrafo, quem é o produtor
de bens materiais e quem se apropria desses bens.
b)
Quem são os que rezam,
quem são os que combatem e quem são
os que trabalham?
QUESTÃO 17
“Este
crescimento contínuo, que prosseguirá sem diminuir até os últimos anos do
século XIII e só passará inteiramente nos meados do XIV, surge como motor
primeiro de tudo o que se passa na Baixa Idade Média. Não foi talvez o fenômeno
de maior importância – as Universidades e as catedrais, os Parlamentos e as
cidades contam mais do que o número dos nascimentos e dos óbitos – mas foi
seguramente o fenômeno inicial que tornou possíveis todos os outros”. (LOPEZ, R. S., O Nascimento da Europa., pág. 120).
a)
Segundo
o texto, qual foi o fator desencadeador de tantas outras transformações
ocorridas na Baixa Idade Média?
b)
O
que houve nos meados do século XIV,
que interrompeu tal processo?
QUESTÃO 18
No artesanato urbano “a
grande descoberta da Idade Média foi a da máquina. O homem domesticou a força
das águas e depois a força dos ventos. O moinho começou a substituir
parcialmente as antigas manivelas e moedores manuais para a fabricação de
farinhas, cerveja, óleo, depois tanino (século XI), açúcar (1166),
pastel-dos-tintureiros (século XIV), papel etc. Equipada com um eixo dentado, a
máquina logo passou a movimentar malhetes, martelos e até mesmo serras (…). A
adaptação do moinho, por volta de 1340, ao manejo do fole, que projetava sobre
o metal em brasa um jato d’água contínuo, estimulou a atividade das forjas”. (LE MENÉ, M., A Economia Medieval., pág. 84).
a)
Diferencie
a máquina da Idade Média, citada no
texto, da máquina da Revolução Industrial.
b)
Comprove,
através do texto, que os humanistas do Renascimento Cultural eram preconceituosos
ao chamarem a Idade Média de “Idade das
Trevas”.
QUESTÃO 19.
Nos séculos XIV e XV, ocorreram
muitas revoltas camponesas: “desde Flandres em 1310 até a Jacquerie em
1358 na França e a Revolta Camponesa em 1381 na Inglaterra, para mencionar
apenas as mais importantes. As doutrinas igualitárias expressas por John Ball e
outros (‘Quando Adão cultivava e Eva fiava quem era o nobre?’) são indicativas
dos sentimentos dos camponeses acerca da sociedade (…)”. (HODGETT, G.
A. J., História Social e Econômica da
Idade Média, Zahar Editores.,
pág. 242).
a)
Muitas
Revoltas Camponesas ocorreram durante a Guerra dos Cem anos (como as de 1358 e
as de 1381, citadas no texto). Qual foi o resultado político dessas revoltas?
b)
Para
as elites dominantes, qual o perigo das pregações “expressas por John Ball e outros” de que fala o texto?
QUESTÃO 20
“Nenhum imposto será estabelecido no
nosso Reino, se não for pelo conselho comum do nosso Reino (...).
A cidade de Londres conservará suas
antigas liberdades e seus costumes livres em terra e no mar. Queremos e
concedemos também às outras cidades, povoados e portos, sem exceção, o gozo de
suas liberdades e livres costumes.
(…). Nenhum homem livre
será detido, aprisionado ou privado de seus bens, ou posto fora da lei, ou
exilado, ou prejudicado de algum modo (…) a não ser em virtude de um julgamento
legal de seus pares ou em virtude da lei do país”. (Artigos
da Magna Carta, de 15 de julho de
1215. Citado por JENNINGS, I., Magna
Carta and its Influence in World Today, Headley Brothers Ltd, pág. 45).
a)
De
acordo com o documento acima, qual era o poder do rei na Inglaterra?
b)
Enquanto,
na Baixa Idade Média, o rei centralizava o poder em suas mãos em Portugal, na Espanha
e na França, quem centralizava o poder na Inglaterra?