LIBERALISMO
Trabalho infantil na Revolução Industrial |
Adam Smith |
A Revolução Industrial trouxe um
progresso material inegável ao homem, mas trouxe também uma série de
consequências sociais negativas, conhecidas em seu conjunto por Questão Social, entre as quais estão o
desemprego e todos os desdobramentos sociais a ele ligados: exploração do
trabalho infantil e feminino, favelamento, violência urbana, e outros.
Adam Smith e seus seguidores, como David Ricardo, defenderam o liberalismo econômico, teoria adequada ao pensamento capitalista burguês, defendendo a propriedade privada dos meios de produção, a divisão local e internacional do trabalho, a Lei de Mercado (“mão invisível”), o lucro individual, a competição, o livre- cambismo (baixas tarifas aduaneiras) e a transformação da força de trabalho em mercadoria, cujo preço depende do mercado. Assim, para o liberalismo econômico, como o valor de uma mercadoria depende da quantidade de trabalho nela embutida, o salário, ou seja, a remuneração pelo trabalho, deve ser baixo, “para não encarecer o preço final da mercadoria”. É a Lei Férrea do Salário.
Por razões como essas, o liberalismo defende a não intervenção do Estado na economia, possibilitando que os agentes econômicos privados - a saber, a burguesia - produzam o que quiserem, na quantidade que quiserem, pagando os salários que quiserem, limitados apenas pelo mercado.
Cabe lembrar que o modo de produção escravista (Grécia e Roma antigas) entrou em crise por escassez, a partir do século III. O modo de produção feudal idem, a partir do século XI. O modo de produção capitalista é o único capaz de entrar em crise motivada pela sobra, pela “superprodução”. É a fragilidade histórica e, portanto, estrutural, do capitalismo liberal: como não produz para as pessoas e sim para o mercado, quando o mercado comprador se retrai (por qualquer motivo) ocorre o fenômeno da superprodução.
Um paradoxo do liberalismo é o fato de que o Estado sempre é lembrado como salvador da crise, por isso, tem de ser a imagem e semelhança da razão burguesa: os lucros devem ser capitalizados e as perdas, materiais e humanas, socializadas. Vale lembrar, a título de exemplo, o papel do Estado nas crises capitalistas, em pleno “liberalismo econômico”, no neocolonialismo e imperialismo do século XIX, no bonapartismo de Napoleão I e Napoleão III, na Primeira Guerra Mundial. O Estado assumiu a ideologia burguesa e usou sua força, legitimada pela burguesia, para defender os interesses burgueses.
Quais seus limites de ação? O nacionalismo burguês, jogando burguesia versus burguesia e o nascimento e crescimento do proletariado internacionalista, seu principal produto social.
Adam Smith e seus seguidores, como David Ricardo, defenderam o liberalismo econômico, teoria adequada ao pensamento capitalista burguês, defendendo a propriedade privada dos meios de produção, a divisão local e internacional do trabalho, a Lei de Mercado (“mão invisível”), o lucro individual, a competição, o livre- cambismo (baixas tarifas aduaneiras) e a transformação da força de trabalho em mercadoria, cujo preço depende do mercado. Assim, para o liberalismo econômico, como o valor de uma mercadoria depende da quantidade de trabalho nela embutida, o salário, ou seja, a remuneração pelo trabalho, deve ser baixo, “para não encarecer o preço final da mercadoria”. É a Lei Férrea do Salário.
Por razões como essas, o liberalismo defende a não intervenção do Estado na economia, possibilitando que os agentes econômicos privados - a saber, a burguesia - produzam o que quiserem, na quantidade que quiserem, pagando os salários que quiserem, limitados apenas pelo mercado.
Cabe lembrar que o modo de produção escravista (Grécia e Roma antigas) entrou em crise por escassez, a partir do século III. O modo de produção feudal idem, a partir do século XI. O modo de produção capitalista é o único capaz de entrar em crise motivada pela sobra, pela “superprodução”. É a fragilidade histórica e, portanto, estrutural, do capitalismo liberal: como não produz para as pessoas e sim para o mercado, quando o mercado comprador se retrai (por qualquer motivo) ocorre o fenômeno da superprodução.
Um paradoxo do liberalismo é o fato de que o Estado sempre é lembrado como salvador da crise, por isso, tem de ser a imagem e semelhança da razão burguesa: os lucros devem ser capitalizados e as perdas, materiais e humanas, socializadas. Vale lembrar, a título de exemplo, o papel do Estado nas crises capitalistas, em pleno “liberalismo econômico”, no neocolonialismo e imperialismo do século XIX, no bonapartismo de Napoleão I e Napoleão III, na Primeira Guerra Mundial. O Estado assumiu a ideologia burguesa e usou sua força, legitimada pela burguesia, para defender os interesses burgueses.
Quais seus limites de ação? O nacionalismo burguês, jogando burguesia versus burguesia e o nascimento e crescimento do proletariado internacionalista, seu principal produto social.
DEMOCRACIA LIBERAL
“É isto, principalmente, que a democracia política
tem significado: que cabe à maioria do povo o direito de falar pela nação
inteira e que, na formação dessa maioria, todos os cidadãos devem ter igualdade
de voto”. (BURNS, E. MCNALL, História da
Civilização Ocidental).
“Com exceção das tendências aristocráticas e do
nazi-fascismo (partidários das ‘minorias seletas’), todas as correntes
políticas, tanto as democráticas propriamente ditas, como as socialistas,
convergem à realização de formas democráticas de organização social”. (MONTENEGRO, W., Introdución a las Doctrinas Político-Económicas, Fondo de Cultura
Económica, pág. 62).
LUDISMO
O movimiento ludita ocorreu
principalmente da Inglaterra, no início do século XIX. O nome vem de Ned Ludd,
codnome de líderes do movimiento que via nas máquinas um inimigo do
trabalhador, a causa do seu desemprego. Caracterizou-se pela destruição das
máquinas.
Uma canção do movimento:
"Bravos ludistas somos, para a quebra nós vamos!
Deus salve Ned Ludd!
A destruição de máquinas |
Máquinas para o inferno, queremos a nossa dignidade!
Quebrar é bom, junta-te a nós e salva a Europa!
Quebra! Quebra ou morre trabalhando!
Monstros do industrialismo, vos queremos quebrados!
Máquinas para o chão!
Bater! Bater! Bang Bang! Estes são o som da liberdade!
Quebra um, quebra dois, quebra três, quebra tudo! Tudo!"
CARTISMO
Movimento Cartista |
Cartismo vem de Carta do Povo, documento que
reivindicava reformas trabalhistas e políticas no Reino Unido. Suas exigencias,
destinadas ao Parlamento, eram:
§ Sufrágio
universal masculino (o direito de todos os homens ao voto);
§ Voto secreto
através da cédula;
§ Eleição
anual;
§ Igualdade
entre os direitos eleitorais;
§ Remuneração
dos membros do Parlamento.
SOCIALISMO UTÓPICO
Robert Owen e suas ideias cooperativistas |
Seus principais representantes
foram Robert Owen, Proudhon, Saint-Simon, Jacques Fourrier e Louis Blanc.
Criticavam os efeitos sociais perversos da Revolução Industrial e propunham a
igualdade social. Contudo, esses pensadores acreditavam que a própria burguesía
conduziria a sociedade ao mundo da igualdade, ou seja, eram platônicos,
idealistas.
O século XIX produziu ainda o Socialismo, “a mais
original e, por momentos, a mais vigorosa das ideologias da nossa época. A
expressão, empregada em seu sentido moderno nos anos de 1830, significa:
reforma da sociedade beneficiando as classes mais numerosas, os mais pobres, ou
seja, o proletariado (…). O Socialismo é, então, uma ideologia ligada à
Revolução Industrial…”. (DUROSELLE, J. B. e GERBET, P., Histoire – 1848-1914, Fernand Nathan, pág. 363).
“A idade de ouro da humanidade não está atrás de
nós, mas à nossa frente”. (Saint-Simon. Citado por SCHILLING, K., História das Ideias Sociais, Zahar
Editores, pág. 317).
“O Estado está obrigado a proporcionar trabalho ao
cidadão capaz, e ajuda e proteção aos anciãos e incapacitados. Não se podem
obter tais resultados a não ser por um Poder Democrático”. (Louis Blanc. Citado por HAYES, C., História Política y Cultural de la Europa
Moderna, Editora Juventud, vol. II, pág. 77).
SOCIALISMO CIENTÍFICO
“Até hoje a História de todas as sociedades que
existiram até nossos dias tem sido a História das lutas de classes (…). A
sociedade burguesa moderna, que brotou das ruínas da sociedade feudal, não
aboliu os antagonismos de classes (…). De todas as classes que ora enfrentam a
burguesia, só o proletariado é uma classe verdadeiramente revolucionária (…)”.
(MARX, K. e ENGELS, F., Manifesto do
Partido Comunista, Editorial Vitória, págs. 24 a 36).
O Socialismo Científico, ou marxismo, levanta
várias teorias, como a teoria da mais-valia, a da luta de classes como “motor
da História”, a do materialismo histórico e do materialismo dialético e a da
revolução proletária contra a burguesia.
SINDICALISMO
O Sindicalismo “é uma ideologia que quis fazer do
sindicato a forma social destinada a substituir o Estado…”. (TOUCHARD, J., Histoire
des Idées Politiques, P. U. F., vol. II, pág. 727).
PENSAMENTO SOCIAL DA IGREJA
O papa Leão XIII publicou a Encíclica Rerum Novarum, em 1891, condenando o
marxismo e outras ideologias revolucionárias. Defendia a Justiça Social, uma tentativa de conciliar os interesses do capital com os interesses do trabalho.
A Encíclica Quadragesimo
Anno (1931), de Pio XI, ratificou as críticas contra o Capitalismo e o
Socialismo Marxista; defendeu a doutrina social e econômica de Leão XIII e
proclamou que “as riquezas, em contínuo incremento com o congresso da economia
social, sejam repartidas pelos indivíduos ou pelas classes particulares, de tal
maneira que se salve sempre a utilidade comum (…)”. Insistiu sobre a “redenção
dos proletários” que “devem poder formar um patrimônio”, garantindo-se “aos
pais de família um pagamento suficientemente abundante para cobrir as despesas
ordinárias da casa”.
Outras Encíclicas deram continuidade e atualidade
ao pensamento social da Igreja, como a de João XXIII (Mater et Magistra), de 1961, e a de João Paulo II (Centesimus Annus), de 1991.
Bandeira Anarquista |
ANARQUISMO
O
anarquismo é uma ideologia que prega a destruição da propriedade privada e de
qualquer forma de autoridade externa ao indivíduo ou ao grupo coletivo. Nega,
por exemplo, o Estado, o governo que venha do Estado, a Igreja e outras
instituições coercitivas contra a liberdade humana. Assim, a maior autoridade
sobre um homem seria o próprio homem. A propriedade seria coletivizada, a
autogestão seria das comunidades, marcadas pelo mutualismo, pela reciprocidade
solidária.
Seus
opositores transformaram o termo anarquia e lhe deram o sentido negativo, de
“bagunça”. Contudo, para seus defensores, “anarquismo é ordem”, inclusive em
seu símbolo, um A maiúsculo (de Anarquia) e um círculo, a letra maiúscula O (de
Ordem).
Embora
tenha uma longa História, o anarquismo contemporâneo está ligado a alguns pensadores,
como Joseph Proudhon, Mikhail Bakunin, Piotr Kropotkin e Errico Malatesta.
Proudhon propôs “a
substituição do mecanismo capitalista de produção, distribuição, consumo e
crédito, pelas cooperativas e imaginou também usar bônus de trabalho ao invés
de dinheiro”. (MONTENEGRO, W., Introdución
a las Doctrinas Político-Económicas, Fondo de
Cultura Económica, pág. 170).
Afirmando serem o
industrialismo e o capitalismo produtos do Estado, pregavam a eliminação do
Estado e da propriedade privada, apresentando a “sociedade anarquista como um
conjunto de pequenas comunidades cooperativas dedicadas a distintas modalidades
da atividade produtiva, sem visar ao lucro, mas ao auto-abastecimento e ao
intercâmbio direto (troca)”. (MONTENEGRO, W., op. cit.,
pág. 174).
“O Anarquismo
revolucionário esteve representado em uma modalidade tipicamente terrorista
pelo niilismo russo e assumiu uma de suas formas políticas mais vigorosas no
chamado Anarco-sindicalismo ou incorporação da ideologia anarquista ao
movimento operário organizado”. (MONTENEGRO, W., op. cit.,
pág. 172).
Alguns fragmentos
de textos de Proudhon nos ajudam a entender seu pensamento: “Aquele que botar as mãos sobre mim, para me governar, é um usurpador, um
tirano. Eu o declaro meu inimigo”.
Para Bakunin, adepto da violência
como ação revolucionária, “A paixão pela destruição é uma paixão
criativa.” Criticou e rompeu com Marx, durante a Primeira
Internacional. Não admitia que o Estado Burguês deveria ser substituído pelo
Estado Proletário, para depois se chegar ao comunismo, o mundo sem Estado: “Assim, sob qualquer ângulo que se esteja situado para considerar esta
questão, chega-se ao mesmo resultado execrável: o governo da imensa maioria das
massas populares se faz por uma minoria privilegiada. Esta minoria, porém,
dizem os marxistas, compor-se-á de operários. Sim, com certeza, de antigos
operários, mas que, tão logo se tornem governantes ou representantes do povo,
cessarão de ser operários e por-se-ão a observar o mundo proletário de cima do
Estado; não mais representarão o povo, mas a si mesmos e suas pretensões de
governá-lo. Quem duvida disso não conhece a natureza humana”.
O ANARQUISMO
HOJE
Na década de
1980, o neoliberalismo e a globalização começaram a desmontar o Estado de
Bem-Estar Social do capitalismo keynesiano e o socialismo real entrou em
colapso, com o fim da URSS, a reunificação da Alemanha e a queda do Muro de
Berlim. Vários setores sociais se mobilizaram para defender as mudanças e para
combatê-las. Entre os críticos, muitos buscaram alternativas para a superação
da realidade atual. Para muitos, o anarquismo seria a resposta.
A luta contra as
guerras contemporâneas, contra o capitalismo como modo de produção dominante,
contra o neoliberalismo e contra a globalização popularizaram os movimentos
anarquistas. Nos últimos quarenta anos, o anarquismo atuou contra a Organização
Mundial do Comércio (OMC), contra as reuniões do G-8, contra o Fórum Econômico
Mundial, contra as medidas de austeridade adotadas pelos governos europeus
subordinados à União Europeia. Sua face mais visível é a do “Black Blocs” que,
usando a tecnologia avançada representada pela internet, tem agido em muitos
protestos, inclusive no Brasil em junho e julho de 2013.
FABIANISMO
Casal Webb: fundação do Fabianismo |
Bernard Shaw |
No final do século XIX, entre 1883
e 1884, foi fundada a Fabian Society,
em Londres, da qual participavam jovens intelectuais de várias tendências
socialistas, entre eles H. G. Wells e Bernard Shaw.
O Movimento Fabiano recusava a teoria da
revolução proletária defendida pelos marxistas, promovendo a propagação gradual
do socialismo, na construção de uma sociedade mais justa e de nível moral mais
elevado dentro do humanismo. Negando a violência revolucionária, os fabianos
pretendiam chegar ao socialismo com reformas dentro do próprio sistema.
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