domingo, 27 de maio de 2012

UMA HISTÓRIA INCONVENIENTE DO BRASIL

Segundo a BBC, de Londres, há uma História do Brasil inconveniente às elites. Um excelente documentário sobre a exploração do trabalho escravo.
São muitas as consequências da escravidão, entre elas o aviltamento do trabalho manual quando comparado ao trabalho intelectual. E, nos tempos de hoje, ainda persistem as resistências das elites proprietárias de latifúndios em eliminar definitivamente essa exploração disfarçada do trabalho escravo. Há, assim, até hoje, uma nódoa nas consciências da civilização brasileira.

http://www.youtube.com/watch?v=TSPPcudT6dE&feature=related

sábado, 26 de maio de 2012

CENTENÁRIO DE APOLÔNIO DE CARVALHO

Neste mesmo blog, postei uma breve biografia de Apolônio de Carvalho, um brasileiro internacionalista tido por muitos como "Herói de Três Nações", por ter lutado no Brasil, na Espanha e na França contra ditaduras.

Há uma importante exposição sobre ele no Memorial da Resistência de São Paulo. Para um primeiro contato, clique em http://www.memorialdaresistenciasp.org.br/exposicoes-temporarias.html

Neste blog, a biografia pode ser encontrada em "Pesquisa", escrevendo "BRASILEIROS".

Há um ótimo documentário sobre a vida e luta de Apolônio de Carvalho, em DVD,cuja capa segue abaixo:

segunda-feira, 14 de maio de 2012

SANTO AGOSTINHO E SÃO THOMÁS DE AQUINO

Santo Agostinho foi o primeiro grande filósofo da Igreja Cristã. Seu pensamento embasou toda a ação da Igreja a partir de sua consolidação como instituição, no final do século IV e início do século V. Percorreu toda a chamada Alta Idade Média.
São Thomás, no século XIII, foi o grande nome da filosofia escolástica. Diferente de Santo Agostinho, que baseava sua filosofia em Platão, São Thomás de Aquino era aristotélico, conciliando fé e razão. O tomismo marcou a Baixa Idade Média e, em muitos aspectos, continuou marcando a vida na Idade Moderna.


Segue abaixo uma excelente publicação tratando das duas filosofias, suas diferenças e suas semelhanças. É um trabalho apresentado por Antônio Joaquim Severino, Professor de filosofia da Faculdade de Educação da USP.


http://www.youtube.com/watch?v=WKdKxsp8LhY&feature=related

domingo, 13 de maio de 2012

RENASCIMENTO CULTURAL: REVISÃO


RENASCIMENTO CULTURAL
O Renascimento Cultural assinala, do ponto de vista superestrutural, uma adequação ideológica às novas realidades materiais, infraestruturais, dos primeiros séculos da transição do feudalismo ao capitalismo. Iniciado ainda no século XIV, estendeu-se até a primeira metade do século XVII. Conviveu, portanto, com o processo de ascensão da burguesia, da formação das monarquias nacionais, com as Reformas Religiosas, com a expansão marítima e comercial europeia, com o mercantilismo. Assim, colaborou para a definição dos Tempos Modernos. A publicação abaixo destina-se a alunos do Ensino Médio e vestibulandos, área em que atuo como Professor. O ideal é ter sempre à mão um ou mais livros sobre o assunto. Use o recurso da pause de seu computador, para ler, pensar e, acima de tudo, raciocinar. 



(Músicas de fundo: Canto Gregoriano)

(Errata: por falhas de revisão, laicizar e linguística foram grafadas erradamente)

A IGREJA, O FEUDO, O BURGO: PARTE 1 REVISÃO


A IGREJA MEDIEVAL
A Igreja Medieval era a única instituição verdadeiramente organizada, hierarquizada, centralizada. No feudalismo, como pode ser visto na Parte 2 desta publicação, o poder político era descentralizado. O rei, de fato, não exercia o poder central, apesar de ter direito a ele, por hereditariedade.
As relações entre o poder temporal, dos reis e imperadores, e o poder espiritual foram de aproximação, coalizão, mas foram também de choques, de colisão. Em outra publicação neste blogue, há um texto denominado AS RELAÇÕES ENTRE O ESTADO E A IGREJA, que pode ser usado como base desta atual publicação. Use o recurso de pause/play para cada imagem.


                                                     (Músicas de fundo: Mozart)

A IGREJA, O FEUDO, O BURGO: PARTE 2 REVISÃO


IDADE MÉDIA: A IGREJA, O FEUDO, O BURGO
(Músicas de fundo: Mozart)

A Idade Média é o período compreendido entre o século V e o século XV, caracterizado pelo modo de produção feudal. O feudalismo foi estruturado a partir do século III, no bojo do escravismo romano e das invasões bárbaras germânicas. Atingiu se apogeu, "o máximo de sua eficiência", nos dizeres de Marx, e entrou em colapso a partir do século XI. No ventre da crise feudal, o modo de produção capitalista, sua antítese, foi sendo historicamente elaborado. A título de revisão ilustrada, publico uma sequência de imagens e de pequenos textos. O ideal, para melhor proveito de quem pretende entender, é ter à mão um ou mais livros sobre o assunto.
Como a sequência das imagens é acelerada, use o recurso da pausa para ler cada texto.

sábado, 12 de maio de 2012

MONARQUIA X REPÚBLICA

Uma comparação entre a Monarquia e a República Velha. Para ler com maior clareza, clique sobre o quadro comparativo.



domingo, 6 de maio de 2012

SÓFOCLES E DUAS TRAGÉDIAS

Para não ficarmos apenas na superfície quando estudamos a cultura clássica, aqui vão duas peças do teatro grego. Duas tragédias de Sófocles. Esse gênero atravessou o tempo e é tão atual quanto era na época. A aventura grega é a aventura dos homens.

http://www.ebooksbrasil.org/adobeebook/antigone.pdf
(Antígona, filha de Édipo, revolta-se contra as leis. As leis dos homens)



http://www.ebooksbrasil.org/adobeebook/edipo.pdf

(Édipo e o encontro com o Destino)

IDADE MÉDIA: FEUDALISMO

Encontrei uma boa fonte para revisar as aulas de Idade Média.
http://teiadosfatos.blogspot.com.br/2012/03/feudalismo-idade-media-na-europa.html

sábado, 5 de maio de 2012

IDADE MÉDIA: RELAÇÕES ENTRE A IGREJA E O ESTADO


INTRODUÇÃO: O SURGIMENTO E CONSOLIDAÇÃO DA IGREJA COMO INSTITUIÇÃO
                                                               (Constantino)
Nascido e crescido dentro do Império Romano, o cristianismo obteve vitórias importantes no século IV, depois de séculos de perseguição.  Em 313, o Imperador Constantino deu liberdade de  culto aos cristãos, pelo Edito de Milão. Foi ele também quem convocou o Primeiro Concílio de Niceia, em 325, condenando o arianismo, uma das primeiras e mais importantes heresias cristãs, além de reconhecer que o bispo de Roma, e não outro,  seria o chefe da Igreja.
(Concílio de Niceia)

 No final do século IV, o imperador Teodósio converteu o cristianismo na religião oficial do Estado Romano, inclusive proibindo o paganismo e confiscando templos dos não-cristãos.
Estavam, assim, iniciadas as relações entre a Igreja e o Estado que se desenvolveriam na Idade Média, às vezes de aproximação, mas muitas vezes de conflitos entre as partes.  Ao nascer, a Igreja identificou-se com o poder instituído do Baixo Império Romano adotando para sua organização interna o modelo administrativo e hierárquico do Estado. A crise estrutural do modo de produção escravista e as invasões bárbaras, ocorridas do século III ao século IX, redundaram no fim da unidade do Estado romano no Ocidente, substituída pelo fracionamento de vários reinos bárbaros. Enquanto a unidade romana desaparecia, a Igreja passou a ser a única instituição verdadeiramente organizada, centralizada, capaz de oferecer proteção e socorro às populações indefesas. Foi a Igreja, ainda, quem preservou grande parte da cultura clássica, greco-romana, da destruição típica de uma conjuntura belicosa e destruidora.
 Foi nesse contexto, no qual sua capacidade organizacional e unificada superou a capacidade do Estado, que a Igreja assumiu o caráter católico, ou seja, de universal.  Além disso, os membros do clero passaram a ser a maioria da minoria intelectual, monopolizando o saber elaborado, o ensino, as atividades culturais, a formulação dos princípios jurídicos, éticos e comportamentais.

A TEORIA DOS DOIS GLÁDIOS

Em 494, o Papa Gelásio I afirma a supremacia da Igreja sobre o Estado, com sua Teoria dos Dois Gládios, depois reforçada pelo Papa Gregório I (590-604) e Gregório VII (1073-1085). Essa teoria afirma que o Gládio Espiritual governa as almas e o Gládio Temporal governa os corpos. A primeira trata do espírito, e  é superior á segunda, que trata do corpo. Assim, o Poder Espiritual, da Igreja nucleada no papado, é superior ao Poder Terreno, dos leigos, dos príncipes, dos reis, dos imperadores.

AS RELAÇÕES ENTRE A IGREJA E OS FRANCOS

Clóvis (481-511), unindo as tribos dos francos, tornou-se rei e, apoiado pelo Papa, converteu-se ao cristianismo. Estavam iniciadas as fortes relações entre a Igreja e o Estado Franco.
Depois de Clóvis, os reis merovíngios tornaram-se “reis indolentes” e o verdadeiro dirigente do Reino foi o major domus (“mordomo”) ou Maire de Palais (“Prefeito do Palácio”).  Um deles foi Carlos Martel (ou Martelo) que, em 732, derrotou os muçulmanos em Poitiers, impedindo o avanço do Islão na Gália cristianizada. 
(Carlos Martel e a Batalha de Poitiers)

  Seu filho, Pepino, o Breve, reforçou ainda mais a ligação com o papado romano. A Igreja precisava das forças dos francos contra os lombardos e contra os bizantinos, e Pepino, o Breve, precisava do apoio papal para legitimar seu golpe contra o último rei merovíngio. Tornou-se Rei dos Francos, iniciando a Dinastia Carolíngia, abençoado por Roma. Por seu lado, derrotou os lombardos e doou à Igreja as terras do Patrimônio de São Pedro.  Tomou ainda, dos bizantinos,  a região de Ravena, incorporando-a aos domínios papais. Formaram-se, assim, os Estados Pontificais, ou Estados da Igreja.

                                                      (Carlos Magno: Imperador)
Com Carlos Magno, considerado o maior imperador medieval, mais uma vez as relações Estado-Igreja beneficiaram os dois lados: Carlos Magno derrotou definitivamente os lombardos, assegurando e ampliando as terras papais e o Papa Leão III, no Natal do ano 800 o coroou Imperador Romano do Ocidente, o que é um paradoxo, pois o imperador era franco, bárbaro,  não romano.

A QUERELA (OU QUESTÃO) DAS INVESTIDURAS

Entre os anos de 1075 e 1122, ocorreu um dos mais importantes choques entre o Estado e a Igreja, conhecido como Querela das Investiduras.  Envolveu, ente outros fatores, o direito de nomear bispos, ou seja, de  praticar a investidura. Do ponto de vista do imperador de Sacro Império Romano Germânico, era um direito seu, pois o bispado encontrava-se territorialmente dentro do Império. Do ponto de vista papal, evocando a Teoria dos Dois Gládios, era direito da Igreja, do Gládio Espiritual.
(Papa Gregório VII)

O Papa Gregório VII lutou contra os desvios clericais, contra os desregramentos eclesiásticos, como a simonia, o nicolaísmo e contra a interferência leiga, temporal, nas decisões da Igreja. Para ele, era preciso purificar o comportamento clerical e consolidar a supremacia da Igreja sobre o Estado.  Publicou um dos mais importantes documentos políticos da História da Igreja, o Dictatus Papae, que, entre outras coisas, proibia a investidura leiga e proibia qualquer autoridade leiga de intervir em eleições e escolhas eclesiásticas.
O imperador Henrique IV, interessado em manter feudos eclesiásticos vassalos do Império, recusou-se a acatar as decisões de Roma. Gregório VII o excomungou, o que significava  a privação dos direitos imperiais e a liberação para a ruptura dos laços de fidelidade de seus vassalos.  Henrique IV foi obrigado a pedir perdão ao Papa,  num episódio conhecido por Humilhação de Canossa.
O choque entre a Igreja e o Sacro Império continuou até a Concordata de Worms (1122), entre o Papa Calixto II e o imperador Henrique V. Consagrou-se a supremacia da Igreja sobre o Estado.

 O CATIVEIRO DE AVIGNON E O CISMA DO OCIDENTE
(Felipe, o Belo)

Durante o processo de formação da monarquia nacional francesa, Felipe IV, o Belo (1285-1314), estendeu seu domínio por vastas áreas, como a da região de Champagne, local de realização das feiras mais importantes da Baixa Idade Média, que atraía mercadores e mercadorias de três continentes, Europa, Ásia e África.  Tentou, sem sucesso anexar a rica região de Flandres. No campo jurídico, fundamentou seu governo no Direito Romano, que pressupunha um poder centralizado.
Porém, o Papa Bonifácio VIII pretendia manter a supremacia da Igreja contra a centralização do poder real.  Quando Felipe, o Belo, cobrou impostos sobre o clero, o Papa reagiu da maneira tradicional, excomungando o rei, na intensão de enfraquecê-lo diante de seus vassalos.  Contudo, a reação da Monarquia Francesa foi manter os tributos e prender o Papa.  O universalismo pontifical foi abalado pelo crescimento da afirmação do poder monárquico.
Com a morte de Bonifácio VIII, Felipe, o Belo,  interferiu e conseguiu a eleição do novo Papa, o francês Clemente V. Pressionado pelo rei, Clemente V foi obrigado a transferir a sede do papado de Roma para Avignon, dando início ao Cativeiro de Avignon, que se prolongou de 1307 a 1377.
(Avignon)


 Vários pontífices foram eleitos sob pressão da França e mantiveram  a sede naquela cidade francesa, até que o Papa Gregório XI reconduziu a sede da Igreja para Roma, em 1377.
Porém, no ano seguinte, Gregório XI morreu e as próximas eleições papais ocorreram em clima de competição entre as várias forças europeias, o que levou ao Cisma do Ocidente, que durou de 1378 a 1417. O novo Papa, Clemente VII, tomou posse em Avignon, apoiado pela França, Aragão, Castela, Leão, Chipre, Borgonha, Saboia e Nápolis. Outro Papa foi eleito em Roma, apoiado pela Dinamarca, Inglaterra, Flandres, Sacro Império, Hungria, Norte da Itália, Irlanda, Noruega, Polônia e Suécia. Portanto, a cristandade europeia tinha, ao mesmo tempo, dois Papas, um em Avignon e outro em Roma.

   A eleição e o exercício do papado não era apenas uma questão religiosa, interna da Igreja, mas um jogo político e diplomático dos poderes laicos.
Mas a situação do Cisma se complicou ainda mais, em 1409, quando o Concílio de Pisa tentou anular a força dos dois Papas, escolhendo um terceiro. Agora, a cristandade tinha três Papas. Acelerava-se a crise institucional da Igreja Católica.
Em 1414, no Concílio de Constança, a Igreja conseguiu finalmente voltar a se unificar, tendo apenas um Papa, Martinho V, que assumiu em Roma, em 1417.


(Habemus Papam)

terça-feira, 1 de maio de 2012

ÍNDIA. LETRA DE TAIGUARA

Taiguara foi um dos melhores compositores do cancioneiro nacional. Seu trabalho anda meio esquecido, mas vale a pena prestar atenção. Foi mais um, entre tantos nomes famosos a resistir, com sua música, à ditadura militar. Como a ditadura não foi exclusiva do Brasil, Taiguara era cantado em muitos outros países, como no Paraguai, no Uruguai, no Chile, na Argentina, só para ficarmos geograficamente no Cone Sul. Um dos seus textos favoritos era este abaixo em que, usando a mesma melodia, transforma uma Índia apenas linda em uma Índia  também linda, porém consciente de seu papel histórico. Leia o texto enquanto ouve a canção.

http://letras.terra.com.br/taiguara/84857/