sábado, 22 de janeiro de 2011

ARMÊNIO GUEDES, UM COMUNISTA AVULSO

Nascido na Bahia, em 1918, Armênio Guedes estudou na Faculdade de Direito, em Salvador. Ali, em 1935, entrou para o PCB, engrossando a “frente mundial contra o fascismo”.
Suas relações com Luís Carlos Prestes foram intensas, profundas, o que não significa a falta de críticas à atitude centralista de Prestes, às diretrizes do PC soviético e à sua ortodoxia marxista-stalinista.
Em entrevista a Natália Viana (Folha de São Paulo de 19/12/2010, páginas 6 e 7 da “ilustríssima”), Armênio Guedes conta algumas passagens de sua militância, da clandestinidade e de seu pensamento político. Perguntado “O que é ser comunista hoje?”, respondeu: “Uma pessoa de cultura socialista, também antifascista, internacionalista, contra a xenofobia, pela melhoria da situação do povo. Uma pessoa impregnada desses valores que só podem se desenvolver na democracia”.
Em 1983, abandonou o Partido Comunista e não se filiou a nenhum outro. Como ele mesmo diz, tornou-se “um comunista avulso”. Tido como “um comunista sem pressa”, declara que o século passado “foi um século fantástico... vi a coletivização da agricultura da União Soviética, a ascensão do fascismo, a Segunda Guerra Mundial, o franquismo na Espanha, aqui no Brasil o Estado Novo, a ditadura...”.
Vale a pena ler a matéria inteira da Folha e procurar mais sobre Armênio Guedes nos endereços eletrônicos. Em breve, sairão biografias desse homem de 92 anos, um dos poucos da época de Prestes. O outro é Oscar Niemeyer. Enquanto as biografias não saem, ficamos com o historiador Ivan Alves Filho, que afirmou: “Se existe um ser humano que deu certo, foi Armênio Guedes!”

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