Segundo o The Economist Situação do Brasil antes e depois.
| Nos tempos de FHC | Nos tempos de LULA | |
Risco Brasil | 2.700 pontos | 200 pontos | |
Salário Mínimo | 78 dólares | 210 dólares | |
Dólar | Rs$ 3,00 | Rs$ 1,78 | |
Dívida FMI | Não mexeu | Pagou | |
Indústria naval | Não mexeu | Reconstruiu | |
Universidades Federais Novas | Nenhuma | 10 | |
Extensões Universitárias | Nenhuma | 45 | |
Escolas Técnicas | Nenhuma | 214 | |
Valores e Reservas do Tesouro Nacional | 185 Bilhões de Dólares Negativos | 160 Bilhões de Dólares Positivos | |
Créditos para o povo/PIB | 14% | 34% | |
Estradas de Ferro | Nenhuma | 3 em andamento | |
Estradas Rodoviárias | 90% danificadas | 70% recuperadas | |
Industria Automobilística | Em baixa, 20% | Em alta, 30% | |
Crises internacionais | 4, arrasando o país | Nenhuma, pelas reservas acumuladas | |
Cambio | Fixo, estourando o Tesouro Nacional | Flutuante: com ligeiras intervenções do Banco Central | |
Taxas de Juros SELIC | 27% | 11% | |
Mobilidade Social | 2 milhões de pessoas saíram da linha de pobreza | 23 milhões de pessoas saíram da linha de pobreza | |
Empregos | 780 mil | 11 milhões | |
Investimentos em infraestrutura | Nenhum | 504 Bilhões de reais previstos até 2010 | |
Mercado internacional | Brasil sem crédito | Brasil reconhecido como investment grade |
sábado, 16 de outubro de 2010
Comparação entre os governos de FHC e de Lula
Em função da proximidade das eleições do segundo turno e da campanha eleitoral, muitos alunos têm me perguntado sobre o assunto. Acredito que, em nome da tentativa de imparcialidade, não devo dar minha opinião, embora eu a tenha, convictamente. Assim, procurei dados e encontrei alguns no google, especificamente na revista The Economist, que transcrevo abaixo.
quarta-feira, 13 de outubro de 2010
Carta de Emiliano Zapata
"Muito ganharíamos, muito ganharia a humanidade e a justiça, se todos os povos da América e todas as nações da velha Europa compreendessem que a causa do México Revolucionário e a causa da Rússia são e representam a causa da humanidade, o interesse supremo de todos os povos oprimidos. (...) Aqui como lá, existem grandes senhores, desumanos, gananciosos e cruéis que vêm explorando de pais a filhos até a tortura as grandes massas camponesas. E aqui como lá os homens escravizados, os homens de consciência adormecida, começam a despertar, a sacudir-se, a agitar-se, a castigar. (...) Não é de se estranhar, pelo mesmo, que o proletariado mundial aplauda e admire a Revolução Russa, do mesmo modo que outorgará toda a sua adesão, sua simpatia e seu apoio a esta Revolução Mexicana, ao dar-se cabal conta de seus fins" (Carta de Emiliano Zapata ao General Genaro Amescua, Tlaltizapán, Morelos, em 14 de fevereiro de 1918).
Textos de História da América
“Onde estão hoje os pequot? Onde estão os narragansett, os moicanos e muitas outras tribos outrora poderosas? Desapareceram diante da avareza e da opressão do Homem Branco, como a neve diante do sol de verão. Vamos nos deixar destruir, por nossa vez, sem luta? Renunciar a nossas casas, a nossa terra dada pelo Grande Espírito, aos túmulos de nossos mortos e a tudo que nos é caro e sagrado? Sei que vão gritar comigo: Nunca! Nunca!” (Texto do índio Tucumseh, da tribo dos shawnees, citado no livro de D. Brown, Enterrem Meu Coração na Curva do Rio, da Editora Melhoramentos).
“Pobre México, tão longe de Deus, tão próximo dos Estados Unidos” (Lázaro Cárdenas, presidente do México de 1934 a 1940)
“De 1770 a 1840, a corrida para o Oeste cresceu(...) Enxmes de gente que procurava terras baixaram sobre o vale do Mississipi. (...) Homens solteiros faziam o baú e partiam; famílias inteiras faziam o baú e partiam; cidades inteiras faziam o baú e partiam. A América estava de mudança. Em 1770, havia 5000 pessoas a oeste dos Apalaches; em 1840, havia 8 milhões.” Texto do livro Nós, o Povo, de Leo Huberman).
“Em todos os sistemas sociais, é preciso haver uma classe para desempenhar as tarefas indignas, para fazer o que é monótono e desagradável (...) Nós a chamamos escravos(...) Não chamarei a classe existente no Norte usando esse termo; mas vocês também os possuem; estão em toda parte; são eternos (...) A diferença, entre nós, é que os escravos são contratados pela vida toda, e são bem recompensados; não há fome, nem mendicância, nem desemprego entre nós, e nem excesso de empregos, também. Os de vocês são empregados por diárias, não são bem tratados, e têm escassa recompensa, o que pode ser provado, da maneira mais deplorável, a qualquer hora, em qualquer rua de suas cidades. Ora, pois a gente encontrava mais mendigos em um dia, em uma só rua de Nova Iorque, do que os que se encontram durante toda a vida no Sul inteiro.” (Parte do discurso do Senador Hammond, da Carolina do Sul, citado por Leo Huberman em seu livro Nós, o Povo)
“Chegou o momento em que percebi que a escravidão deveria morrer para que a Nação pudesse viver!” (Parte de discurso de Abrahan Lincoln, pronunciado em 22 de julho de 1863)
“Os Estados sulistas foram reintegrados à União, tiveram que reconhecer a abolição da escravidão(...) Economicamente, o Sul foi mais afetado do que o Norte; muitas de suas plantações haviam sido arrasadas, outras foram confiscadas, havia falta de mão-de-obra, pois muitos negros emancipados fugiram(...) Em contraposição, o desenvolvimento econômico do Norte e do Oeste foi considerável: mesmo durante o conflito e apesas da inflação, as necessidades bélicas incrementaram a industrialização, possibilitando inclusive a formação dos primeiros trustes, ligados aos Rockfeller, Carnegie, Morgan.” (Citado no Livro História das Sociedades Americanas, de Rubin Aquino e outros)
“Assim, a política transformou-se numa mera extensão dos negócios de cada grupo oligárquico, facilitando o aparecimento dos caudilhos – (...) Isso facilitou a penetração imperialista. Por essa razão, os grupos de tendência nacionalista, que defendiam tarifas protecionistas (...) acabaram suplentados pelos que privilegiavam o livre-cambismo.(...) O último quartel do século XIX marcou o início da expansão norte-americana sobre a América Latina e a gradual retração britânica nesses mercados(...) Através da compra de territórios pelos trustes, os principais recursos naturais foram sendo diretamente controlados pelos estrangeiros, não contribuindo para o desenvolvimento interno dos países latino-americanos(...) Caso alguma autoridade impedisse o funcionamento desse sistema, os Estados Unidos intervinham militarmente, de acordo com a política do Big Stick (...) Dessa forma, os Estados nacionais latino-americanos foram se consolidando sempre na dependência do estímulo estrangeiro, subordinado pela divisão internacional do trabalho à condição de marcados agroexportadores. (do livro História Moderna e Contemporânea, de Alceu Luiz Pazzinato e Maria Helena Valente Senise, da Editora Ática)
Leia mais e aprofunde seus conhecimentos, pesquisando.
01. O que foi o Compromisso de Missouri, de 1820?
02. Assista aos filmes:
E o Vento Levou, de Victor Fleming, de 1939
Rio Bravo, de John Ford, de 1950
O Terror do Dr. Mudd, de Paul Wendkos, de 1980
Em Busca do Ouro, de Charles Chaplin, de 1925
Pequeno Grande Homem,deArther Penn, de 1970
Dança com Lobos, de Kevin Costner, de 1990
03. Quem foi Touro Sentado?
04. Leia o livro A Cabana do Pai Thomás, de Harriet Stowe
05. Qual a relação entre Colômbia, Canal do Panamá e Big Stick?
06. O que foi a Emenda Platt e qual sua ligação com a política do Big Stick?
. Em 1912, o presidente Willian H. Taft afirmou : ”Não está longe o dia em que três bandeiras de listras e estrelas marcarão em três lugares a extensão de nosso território: uma no Polo Norte, outra no Canal do Panamá e a terceira no Polo Sul. Todo o hemisfério será nosso, de fato, como, em virtude de nossa superioridade racial, já é nosso moralmente’.
A. A AMÉRICA LATINA
- Entre a década de 30 e a de
60, a América Latina foi marcada por governos populistas, tais como Vargas, no Brasil, Juan Domingos Perón, na Argentina, Lásaro Cárdenas no México e outros. - O populismo foi possível graças à crise das oligarquias tradicionais e a inexistência de uma classe que, sozinha, pudesse assumir o Estado em seu próprio nome. Era um vazio de poder que líderes carismáticos preenchiam, com um discurso policlassista , nacionalista e reformista. O Estado populista protegeu, de fato, a burguesia, mas falava em nome do povo. Tornou-se o árbitro das questões sociais e promulgava leis trabalhistas, carreando as massas para o aparelho de Estado.
- A urbanização e a abertura de indústrias criam um ambiente favorável ao desenvolvimento das classes sociais que, enquanto classes, têm reivindicações próprias: o proletariado, as classes médias urbanas e a burguesia. O colapso do populismo dá-se a partir daí: o Estado deve optar por uma das classes, ferindo interesses de outras.
Em plena Guerra Fria , o nacionalismo reformista dos populistas é confundido como esquerdizante e como ameaça à democracia. Por isso, tantos golpes de Estado, todos com o dedo, senão com o canhão de Tio Sam. Os casos do Brasil, do Chile, da Argentina e do Uruguai são bem elucidativos do colapso de governos populistas.- O novo modelo econômico pretende um crescimento acelerado da economia, baseado no capital externo (endividamento), nas empresas multinacionais (desnacionalização da economia), nas Empresas Estatais (intervenção do Estado na economia), na concentração da renda (para aumentar a capacidade de reinvestimento da burguesia) e no arrocho salarial (para transferir renda para as elites econômicas nacionais e internacionais) .
- Para impedir, ou tentar impedir oposições sérias ao novo modelo econômico, a América Latina viveu sob ditaduras militares burguesas, ou seja, o bonapartismo foi uma forma da burguesia, ameaçada anteriormente pelo crescimento da esquerda, deixar a frente do palco político, ir para os bastidores, enquanto os militares ditavam as leis. A América Latina, assim, continua a ser satélite do capitalismo, agora liderado pelos EUA.
- A Revolução Cubana de 1959 retira a ilha do mundo capitalista, consolidando o socialismo a poucas milhas de Miami. Derrotados nas tentativas de derrubar a Revolução, os EUA impõem um bloqueio econômico a Cuba. Enquanto existiu, a URSS foi a saída econômica para um país que lidera a América em vários setores socialmente positivos como alfabetização, saúde pública, inclusão social...
Resumo das Revoluções Camponesas do Século XX
AS REVOLUÇÕES CAMPONESAS
PROF. WAGNER FERNANDES
A REVOLUÇÃO MEXICANA
A) A INDEPENDÊNCIA DO MÉXICO
1) Numa verdadeira Revolução Social, ou seja, luta de índios e mestiços, em 15/09/1810, na Aldeia de Dolores, o padre Hidalgo lidera a revolta conhecida como O Grito de Dolores, da qual participam 80000 camponeses-soldados, derrotada pelos espanhóis e criollos.
2) A elite criolla formula o Plano Iguala, para afastar as massas camponesas e preservar a estrutura colonial. O General Augustin Itúrbide lidera o movimento criollo.
3) Em novembro de 1813, o padre Morelos, seguidor de Hidalgo, reorganiza a luta camponesa que domina grande parte do México, e repete o texto liberal-democrata: “ TODO PODER EMANA DO POVO E EM SEU NOME SERÁ EXERCIDO”. Mas, após a derrota de Napoleão na Espanha, poderosas forças espanholas e tropas dos criollos derrotam os populares de Morelos, em 1815.
4) Em 1821, foi proclamada a Independência e, em 1822, Itúrbide declara-se Imperador, com o nome Augustin I. Mas, por contrariar interesses liberais da elite criolla, foi derrubado e fuzilado em 1823, quando se proclamou a República.
B) A REPÚBLICA DO MÉXICO, DE 1823 A 1876.
1) Constantes choques entre Liberais e Conservadores, aqueles representados pelas classes médias, comerciantes e pequenos proprietários de terras e estes pela Igreja Católica, pelos latifundiários (“terratenientes”) e por militares.
2) Entre 1846 e 1848 ocorre a guerra contra os EUA, na qual o México perde muitos territórios, enfraquecendo o poder dos Conservadores.
3) Benito Juarez combate forças conservadoras, inclusive a Igreja Católica, tomando suas terras e as entregando aos índios. Promulga uma Constituição legitimando as reformas, em 1857. Em 1858, a Igreja lidera a “ GUERRA DA REFORMA”, contra as forças juaristas.
4) Em 1863, a França de Napoleão III invade o México, dando início ao governo do arquiduque Maximiliano, filho do imperador da Áustria. A guerrilha, comandada por Benito Juarez, levanta-se contra as forças neocolonialistas. Em maio de 1867, os franceses são expulsos e Maximiliano I morre fuzilado.
5) Benito Juarez retoma o poder, mas não consegue resolver a crise econômica e institucional na qual o México estava mergulhado.
C) O PORFIRIATO (1876 A 1911)
1) Neste período, o México foi governado por Porfírio Díaz, um ditador apoiado pela Igreja Católica, pelos “terratenientes”, pelo alto Comando Militar, pelos EUA e pela Inglaterra. O capital externo dominava setores fundamentais, como petróleo, comunicações, indústrias, serviços e produção agrícola.
2) O avanço dos “terratenientes” destruía as tradicionais estruturas agrárias, os ejidos. Expulsos da terra, camponeses começavam a lutar: o campo vivia em tensão.
3) Nos centros urbanos, o crescimento econômico permitia o fortalecimento das classes médias e da pequena burguesia, hostis à ditadura de Porfírio Díaz. Francisco Madero representava os interesses políticos das novas classes emergentes.
D) A QUEDA DO PORFIRIATO
1) Francisco Madero, liberal-burguês perseguido pela ditadura busca apoio junto aos camponeses.
2) Pancho Villa, no norte, e Emiliano Zapata, no sul, lideravam a luta camponesa.
3) Madero formula o Plano de São Luís de Potosi, que prometia reforma agrária. Camponeses formam a “Legião da Morte”, com mais de 20000 homens, aliados a Madero. Em 1911, Porfírio Díaz foge e Madero assume o poder.
E) O GOVERNO DE MADERO
1) Madero, no poder, não cumpriu as promessas de reforma agrária, descontentando os camponeses.
2) Os camponeses recusavam o desarmamento e Zapata elabora o Plano Ayala, pregando reforma agrária radical e nacionalização de empresas estrangeiras.
3) Descontente com a situação, o governo dos EUA vê ameaçados seus interesses e apóia um golpe no qual Madero é assassinado pelo general Huerta, que toma o poder.
F) O GOVERNO HUERTA
1) O General Huerta não consegue derrotar os camponeses de Zapata e de Villa.
2) Mariners dos EUA tomam o porto de Vera Cruz. Huerta, desgastado politicamente, entrega o poder a Venustiando Carranza.
G) O GOVERNO CARRANZA
1) Carranza pretendia reformas moderadas e a pacificação do país. Wilson, presidente dos EUA, reconhece a legitimidade do governo Carranza.
2) Os camponeses, liderados por Zapata e Villa, avançam e representam verdadeira ameaça às instituições. Carranza promulga a Constituição de 1917, contendo os artigos menos radicais do Plano Ayala, procurando estrangular o caráter revolucionário do movimento popular.
3) Zapata radicaliza. Nos locais sob seu domínio, destruiu o monopólio das terras, ergueu escolas técnicas, fábricas de ferramentas e fundou um banco para conceder crédito rural aos camponeses. TERRA e LIBERDADE era o grito camponês.
H) A REAÇÃO LIBERAL-BURGUESA
1) Em 1919, a reação assassina Zapata numa emboscada.
2) Em 1923, era a vez de Pancho Villa ser assassinado.
3) A reação sufoca o caráter popular da Revolução Camponesa.
I) O POPULISMO DE LÁZARO CÁRDENAS
1) Na década de 30, Lázaro Cárdenas governa o México e retoma algumas lutas da Revolução de 1917: reforma agrária e nacionalização de setores da economia.
2) Criação da PEMEX, Petróleo do México.
3) Criação do Partido Revolucionário do México (PRM), embrião do Partido Revolucionário Institucional (PRI), que governou o México por 71 anos consecutivos, até 2000.
J) O MÉXICO ATUAL
1) Nos anos 60, o PRI reprime movimentos populares e estudantis.
2) No final da década de 80 e início da de 90, uma mudança na Constituição permitiu a venda das terras indígenas a empresas agrícolas e a privatização de empresas estatais.
3) O neoliberalismo e a globalização com a criação do NAFTA- Acordo do Livre Comércio da América do Norte.
4) No primeiro dia de funcionamento do NAFTA, em 1994, o Exército Zapatista de Libertação Nacional se rebela, em Chiapas, em guerra contra o governo e contra o NAFTA.
5) O subcomandante Marcos, líder clandestino do Movimento Zapatista, resiste às pressões do governo e organiza a marcha dos índios em Chiapas, em 1997. A repressão mata 45 índios sob os holofotes da imprensa mundial.
A REVOLUÇÃO CHINESA
A) A CHINA NO SÉCULO XIX
1) O Império Chinês foi um dos palcos do neocolonialismo e imperialismo. Europeus e norte-americanos tinham enormes interesses na região.
2) A luta contra domínio estrangeiro levou às Guerras do Ópio e à Guerra dos Boxers.
3) Guerras do Ópio, na China, em 1839-42 e 1856-60: A economia chinesa é secularmente, agrária, mas seu artesanato era apreciado e objeto de comércio interno. No início do século XIX, o porto de Cantão era o único que podia comercializar com o exterior. Os comerciantes ingleses levavam ópio da Índia para a China e tinham interesses em ampliar seus negócios. Em 1839, o governo chinês confiscou 20 mil caixas de ópio dos depósitos britânicos em Cantão e as atirou ao mar. No ano seguinte, o chanceler britânico, Lord Palmerston, mandou atacar a China. Os ingleses sitiaram algumas áreas e ameaçaram Nanquim e as comunicações com a capital. A capitulação chinesa levou ao Tratado de Nanquim, em 1842, o primeiro dos tratados desiguais, pelo qual a Inglaterra recebia Hong-Kong, a abertura de cinco portos chineses e enorme indenização de guerra. Em 1856, mais uma vez as forças imperialistas (ingleses e franceses) iniciam a guerra sob o pretexto de que o governo chinês abordou um navio inglês carregado de ópio. Foi imposta à China o Tratado de Tianjin, pelo qual os portos chineses seriam abertos ao comércio com o Ocidente, garantiam-se direitos extraterritoriais e liberdade de ação aos comerciantes e missionários ocidentais.
4) A partilha da China ( Break-up) em áreas de influência foi consolidada após a Guerra Sino-Japonesa (1894-95), conflito que também assinala a emergência do Japão como potência imperialista.
5) Guerra dos Boxers, na China, entre 1899 e 1900: A Sociedade dos Punhos da Justiça e da Concórdia desencadeou um movimento antiocidental e contra a dinastia Manchu, na província de Shandong. Tinha suas origens na pobreza rural, no desemprego, na miséria. Os boxers, como são conhecidos, atacaram missionários, chineses e cristãos, invadiram bens estrangeiros e cercaram Beijing. Foram sufocados por forças estrangeiras( Reino Unido, EUA, França, Japão Rússia e Alemanha) que ocuparam e saquearam a capital. Mais uma vez, pelo Protocolo Boxer, a China foi obrigada a pagar pesadas reparações aos estrangeiros, aumentando a influência imperialista.
B) O ÚLTIMO IMPERADOR
1) Em 1905, foi fundado o Kuomintang ( Partido Nacionalista), destacando-se Sun Yat-sem. Postulava a expulsa dos estrangeiros, a democracia e a derrubada da Dinastia Manchu.
2) Em 1912, com a abdicação do imperador Pu-Yi, foi proclamada a República.
C) A REPÚBLICA
1) A República foi um período de grande instabilidade. Entrou em conflito contra os “Senhores da Guerra”, militares do Norte e sofreu a invasão japonesa durante a Primeira Guerra Mundial.
2) Com a morte de Sun Yat-sem, o general Chiang Kai-shek assume a liderança do Kuomintang e da República. Unificou o país derrotando os militares do Norte e passou a perseguir o Partindo Comunista Chinês, fundado em 1921, por Mao Tsé-tung, Chue En-lai e Lin Piau.
3) Em 1929, o Exército Vermelho contava com 10 mil soldados-camponeses; em 1931, com 300 mil.
4) Em 1931, o Japão invade a Manchúria e espalha seu domínio sobre a China.
5) Entre 1934 e 1935 ocorreu a Longa Marcha, liderada por Mao Tsé-tung. Partiram 100 mil homens, dos quais apenas 20 mil chegaram aoNorte, para combater os japoneses e fugir dos ataques do Kuomintang.
6) A resistência contra os japoneses fez com que os comunistas se aproximassem do Kuomintang em uma frente nacional antinipônica. Como a condução das lutas ficou mais sob o controle dos comunistas, após a retirada dos japoneses em 1945, Mao Tsé-tung tinha em suas mãos vários territórios.
D) A VITÓRIA COMUNISTA
1) Entre 1946 e 1949, a China viveu uma nova guerra civil, na qual, apesar da ajuda americana ao Kuomintang, os comunistas saíram vitoriosos: Chiang Kai-shek fugiu para Formosa ( Taiwan) e Mao Tsé-tung proclamou a República Popular da China ( 01/10/1949), com a participação de Chu Em-lai no poder.
E) A REPÚBLICA POPULAR
1) Entre 1949 e 1953, foi adotado na China um regime misto onde permaneceram certas formas capitalistas ao lado de medidas para socialização progressiva dos meios de produção. Nesse mesmo período, a China se envolveu na Guerra da Coréia. A partir de 1953, passaram a ser aplicados planos qüinqüenais (1953/57 e 1958/62). No primeiro plano houve estímulo à produção de bens de equipamento e coletivização da agricultura; no segundo, Mao pretendia dar o “ Grande Salto para Frente”, acelerando a marcha para a implantação do comunismo. Na “ Nova Democracia”, o partido comunista estava apoiado mais nos camponeses e se processou a transformação da velha sociedade semifeudal chinesa em uma sociedade democrática independente, distanciando-se aos poucos da URSS.
2) Os fracassos do “Grande Salto” levaram à substituição de Mao Tsé-tung por Liu Shao-chi, com reaproximação ao modelo soviético. Mas, a partir de 1966, Mao lançou a “ Revolução Cultural”, apoiada em ampla participação das massas, principalmente dos jovens, e estímulo ao fervor revolucionário e à produção. Impondo-se à força de expurgos e de violenta repressão ( atuação da Guarda Vermelha), Mao retomou o controle do poder até sua morte em 1976 ( mesmo ano da morte de Chu Em-lai ).
3) Após a morte de Mao, houve grande disputa pela sucessão, com vitória de Hua Kuo-feng ( com o Vice Primeiro Ministro Teng Hsiao-ping) que determinou o fim da Revolução Cultural e o afastamento dos radicais de esquerda (julgamento da viúva de Mao, Chiang Ching, e dos outros elementos do chamado “ Bando dos Quatro”), tomando a China características bastante diferentes do período de Mao, inclusive o restabelecimento de relações com os EUA.
F) AS QUATRO MODERNIZAÇÕES
1) Entre 1976 e 1984, o Partido Comunista deu uma guinada em direção à economia de mercado, estimulando o lucro, o aumento da produtividade com gratificações materiais e adoção de medidas garantindo investimentos estrangeiros.
2) A Primeira Modernização ( Indústria): criação das ZEE- Zonas Econômicas Especiais, com liberdade econômica.
3) A Segunda Modernização (Agricultura): criação das comunas de 15 a 20 mil famílias, com a venda de excedentes para reinvestimento nas próprias comunas.
4) A Terceira Modernização (Defesa): manutenção do sistema político ( Partido Único) e tentativa de superar problemas de regiões como Macau, Hong-Kong, Tibet e Taiwan.
5) A Quarta Modernização (Educação): pesados investimentos em ciência e tecnologia.
G) 1989- O MASSACRE DA PRAÇA DA PAZ CELESTIAL
1) Movimento popular exige a Quinta Modernização: democracia
A REVOLUÇÃO CUBANA
A) A EMENDA PLATT
1) Desde sua independência em relação à Espanha (1898), Cuba viveu sob profunda influência dos EUA (garantida pela Emenda Platt). Cuba foi um exemplo da ação do Big Stick.
B) FULGÊNCIO BATISTA
1) A partir de 1934, com apoio explícito dos EUA, cresce o papel do sargento Fulgêncio Batista, ditador de 1952 a 1959.
2) As marcas de seu governo foram as inúmeras concessões ao capital norte-americano, a opressão ditatorial.
3) Contra essa realidade, em que “Cuba é um quintal norte-americano”, crescem os movimentos de oposição.
C) FIDEL E A REVOLUÇÃO
1) Em 1953, Fidel Castro e alguns rebeldes tentaram tomar o Quartel Moncada, Em Santiago de Cuba. Com o fracasso, Fidel foi preso e, depois, exilado.
2) No México, organiza a derrubada de Batista. Ali conheceu Ernesto Che Guevara, fundamental para a Revolução.
3) Em 1956, 81 guerrilheiros chegam a Cuba, a bordo do iate Granma. Foram recebidos pelo fogo das armas de Batista. Poucos sobreviveram e se instalaram em Sierra Maestra.
4) A partir de Sierra Maestra, a guerrilha se propaga, com a formação de quadros camponeses.
5) Em 1958, os EUA retiram seu apoio a Batista, acreditando ser possível manipular os rebeldes.
6) Batista foge para a República Dominicana. Em 1º de janeiro de 1959, Che Guevara, Camilo Cienfuegos e seus homens armados tomam Havana. Em 8 de janeiro chega Fidel, aclamado como líder.
7) A Revolução toma medidas fundamentais:
a) Incentiva a diversificação da produção agrícola
b) Cria granjas populares e cooperativas
c) Nacionaliza empresas estrangeiras
d) Inicia a erradicação do analfabetismo, com educação gratuita e abertura de 10 mil salas de aula.
e) Cria o Ministério da Saúde e Previdência Social, cm assistência médica gratuita.
f) Reajusta salários de todos os trabalhadores.
g) Planifica a economia e estimula a indústria
D) CUBA SOCIALISTA
1) A partir de 1960, Fidel Castro iniciou a transformação de Cuba num Estado Socialista. A nacionalização de propriedades norte-americanas sem indenização provocou a reação dos EUA, que cancelaram a importação do açúcar cubano e, em 1961, diante da aproximação entre Cuba e URSS, preparou um desembarque dos gusanos, exilados cubanos treinados pela CIA, na Baía dos Porcos, numa tentativa frustrada de derrubar Fidel Castro.
2) As medidas de nacionalização provocaram atritos com os EUA, agravados pela aproximação entre Cuba e URSS. Em 1962, Cuba foi excluída da OEA (Organização dos Estados Americanos), na Conferência de Punta del Este, reflexo do isolamento em que foi colocado seu novo regime por parte dos países ocidentais não-socialistas.
3) Em 1962, novo atrito ocorreu: houve a instalação de mísseis soviéticos em Cuba e os EUA exigiram sua remoção, impuseram um bloqueio naval à ilha para evitar novas remessas dos russos, conseguindo a retirada dos mísseis.
4) A partir de 1964, a economia cubana voltou a se basear na agricultura da cana de açúcar. A indústria concentrava seus esforços na produção de máquinas e equipamentos agrícolas.
5) O apoio da URSS foi fundamental para a economia cubana. Os soviéticos financiaram, colaboraram com técnicos de todos os setores. Compravam o açúcar cubano e forneciam máquinas e petróleo.
NICARÁGUA: REVOLUÇÃO SANDINISTA
A) SANDINO X SOMOZA
1) Diversas intervenções militares garantiram o domínio norte-americano sobre a economia da Nicarágua. Essa situação provocou a formação de um grupo guerrilheiro, em 1927, liderado pelo operário Augusto César Sandino, assassinado em 1934 pelo comandante da Guarda Nacional, Anastásio Somoza.
2) O mesmo Somoza assumiu o poder e sua família governou a Nicarágua, por quarenta anos, como se o país fosse sua propriedade, “ gerenciada” pelos EUA.
B) FRENTE SANDINISTA
1) Nos anos 60, inspirada na Revolução Cubana, formou-se a Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN), exército guerrilheiro que combatia o poder de Somoza. Em 1978, o assassinato de um jornalista por elementos da Guarda Nacional proporcionou o crescimento da guerrilha urbana que culminou com a queda de Anastásio Somoza, no ano seguinte.
2) Os sandinistas assumiram o poder, formando o Governo de Reconstrução Nacional, do qual também participavam outras facções, mais conservadoras. Daniel Ortega, líder sandinista, afasta os conservadores que, fugindo para Miami, organizaram grupos guerrilheiros conhecidos como os “contras”, apoiados pelos EUA. Ocorre o caso Irã-Contras.
3) A ação dos “contras” destruiu a economia nicaragüense, com ataques a cooperativas, usinas, escolas, armazéns. Em 1989, um acordo entre as forças estabelecia o fim das ações do grupo e a convocação de eleições presidenciais em 1990.
C) A RETOMADA CONSERVADORA
1) As eleições deram a vitória a Violeta Chamorro, derrotando Daniel Ortega. As forças conservadoras retomavam o poder na Nicarágua.
A GUERRA DA CORÉIA
A) DURANTE A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL
1) Era dominada pelo Japão
2) Em novembro de 1943, na Conferência do Cairo, Roosevelt, Churchill e Chiang Kai-shek decidem pela independência da Coréia após a derrota nipônica.
3) Na Conferência de Yalta, em fevereiro de 1945, Roosevelt, Churchill e Stálin decidem dividir a Coréia em duas, separadas pelo paralelo 38º.
B) AS DUAS CORÉIAS
1) A Coréia do Norte tornou-se, em 1948, a República Popular Democrática da Coréia. A estrutura de poder era socialista, pró-soviética.
2) A Coréia do Sul tornou-se a República da Coréia, pró-ocidental e capitalista.
C) A GUERRA 1950-1953
1) O Norte invade o Sul, numa tentativa de reunificar o país e influenciado pela Revolução Chinesa.
2) A ONU declara a Coréia do Norte como agressora.
3) Os EUA enviam o general MacArthur para comandar tropas do Sul, contra a agressão comunista. Diante da força das tropas da China e da Coréia do Norte, MacArthur pediu plenos poderes militares, incluindo a possibilidade de arma atômica, mas não foi atendido por Washington.
4) Em julho de 1953, foi assinado o armistício, mantendo a divisão em Norte e Sul.
A GUERRA DO VIETNÃ
A) O DOMÍNIO FRANCÊS
1) Fazia parte da Indochina, junto com Laos e Camboja.
2) A França de Napoleão III exerce seu domínio imperialista.
B) DURANTE A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL
1) Japão invade o Vietnã, derrotando os franceses.
2) Na Conferência de Potsdan, em julho de 1945, Truman, Attlee e Stálin decidem devolver o Vietnã à França após a vitória sobre os japoneses.
3) Ho Chi Minh, do Partido Comunista, liderava forças camponesas contra franceses e, agora, contra os japoneses.
C) GUERRA CONTRA A FRANÇA – 1946-1954
1) Com a retirada dos japoneses, a França tenta retomar seus domínios na Indochina.
2) A República Democrática do Vietnã, independente desde 1945 e liderada por Ho Chi Minh, derrota as forças francesas em 1954, na batalha de Dien Bien Phu.
3) Enquanto ocorria a guerra contra a França, também começava a Guerra Fria, a Revolução Chinesa e a Guerra da Coréia.
D) A CONFERÊNCIA DE GENEBRA
1) Representantes da França, dos Eua, da URSS, da República Popular da China, do Reino Unido, do Laos, do Camboja e do Vietnã se reúnem em Genebra.
2) Decidiu a independência do Laos, do Camboja e do Vietnã.
3) Dividiu o Vietnã em dois, pelo paralelo 17º: o Norte socialista e o Sul capitalista.
4) Prevê a realização de um plebiscito pela reunificação do país.
E) A GUERRA – 1960-1976
1) O Sul era governado Ngo Dinh Dien, um católico radical. A perseguição a outras religiões levou monges budistas a atearem fogo ao próprio corpo, chamando a atenção internacional.
2) Como o governo do Sul não realizou o plebiscito, desrespeitando as decisões de Genebra, comunistas do Sul, estimulados por Ho Chi Minh ( do Norte), organizaram o Exército Vietcongue para a tomada do poder. Era o início da guerra.
3) A partir de 1961, ainda no governo de Kennedy, os EUA começam a enviar tropas para o Vietnã do Sul.
4) Envolvimento direto dos EUA: em 1961, 900 homens; em 1962, 10.000; em 1963, 50.000; em 1965 180.000; em 1967, 389.000; em 1969, 540.000.
5) Entre 1970 e 1971, o Laos e o Camboja são invadidos por tropas norte-americanas e sul-vietnamitas.
6) Em 1973, diante de forte pressão da sociedade norte-americana e mundial, os EUA retiram suas tropas do Vietnã, derrotados.
7) O avanço da guerrilha chega a Saigon em 1975. Era a vitória da unificação do Vietnã e do socialismo.