GUERRA DA CRIMEIA
Desde o fim da
União Soviética, países do antigo bloco socialista da Guerra Fria têm sofrido
muitas mudanças, em todos os sentidos. É o caso atual da Ucrânia e de suas
relações com a Rússia, com o bloco da União Europeia e com os interesses dos
Estados Unidos da América.
HISTÓRIA
No século
XVIII, o Império Russo conquistou a península da Crimeia, no Mar Negro. Para a
Rússia czarista, era fundamental ter acesso aos estreitos de Bósforo e de
Dardanelos, fundamental para a ligação entre o Mar Negro e o Mar Mediterrâneo
e, a partir deste, chegar ao Atlântico e ao Índico (neste caso, após a
construção do Canal de Suez). O Império Russo ampliava seus interesses sobre a
Península Balcânica.
O czar Nicolau
I, em 1853, invadiu regiões dominadas pelos turcos otomanos, especialmente na
foz do Rio Danúbio, onde hoje é a Romênia. O pretexto russo seria a proteção
dos Lugares Santos (Jerusalém), já
que o povo russo é cristão ortodoxo e o Império Turco, muçulmano, dominava
essas áreas.
O Império
Turco reagiu, declarando guerra ao Império Russo. Estava iniciada a Guerra da
Crimeia, que se estendeu de 1853 a 1856. O palco do conflito foi a própria
Crimeia, o Sul da Rússia e os Bálcãs.
Muitos
interesses internacionais estavam em jogo, levando as potências europeias neocolonialistas
e imperialistas a apoiarem o Império Turco para deter o avanço russo na região.
O Reino Unido, da Rainha Vitória, temia que a Rússia tomasse Constantinopla e
interrompesse suas ligações com a Índia, sua colônia na Ásia. Napoleão III, da
França, tentava consolidar sua hegemonia na Europa Continental. O Reino
Sardo-Piemontês, do rei Vitor Emanuel e do Conde Cavour buscavam apoio
internacional para seu processo de unificação da Itália. A Áustria temia a
expansão russa em regiões por ela dominadas.
Assim, a
Guerra da Crimeia teve, de um lado, o Império Russo, de outro o Império Turco,
apoiado pelo Reino Unido, pela França, pelo Piemonte e pela Áustria.
Derrotada, a
Rússia foi obrigada a assinar o Tratado de Paris, em 1856, renunciando às áreas
por ela invadidas e sendo proibida de manter sua marinha de guerra no mar
Negro.
A guerra
deixou mais de 500.000 mortos. Os interesses de tantos países, inclusive das
potências industriais europeias continuaram fortes da região, provocando novos
conflitos que se tornaram antecedentes da Primeira Guerra Mundial.
Durante a
guerra, os aliados promoveram um longo e rigoroso cerco às bases russas em
Sebastopol. O cerco durou mais de um ano, até a derrota russa.
Foi nesse
cenário que trabalhou, de 1854 a 1856, Florence Nightingale, uma enfermeira
britânica nascida em Florença, em 1820. A “Dama da Lâmpada”, como passou a ser
conhecida, tornou-se pioneira em vários tratamentos e levantamentos
estatísticos de doenças.
Por sua ação,
é considerada a fundadora da enfermagem profissional e o Dia Internacional da
Enfermagem, 12 de maio, é comemorado no dia de seu aniversário.