REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
ESTA POSTAGEM, EM FORMA DE TÓPICOS, TEM POR FINALIDADE PERMITIR QUE ESTUDANTES DE ENSINO MÉDIO E VESTIBULANDOS ACOMPANHEM AS AULAS E AS PALESTRAS SOBRE O ASSUNTO.
PASSAGEM DA OFICINA DOMÉSTICA PARA A FÁBRICA
•
Artesanato: o artesão atua em todas as
fases da produção e é o proprietário dos meios de produção.
•
Manufatura: continua oficina doméstica,
mas começa a divisão do trabalho e o comerciante entra no processo.
•
MAQUINOFATURA: O CAPITAL DOMINA O PROCESSO
PRODUTIVO NA FÁBRICA. PROLETARIZAÇÃO DO TRABALHADOR.
"NÃO IMPORTA O QUE O HOMEM FAZ,
MAS COMO FAZ"
DA FERRAMENTA À MÁQUINA
•
A ferramenta existe desde que o homem se
fez homem pelo trabalho.
•
O homem só consegue usar uma ou duas
ferramentas por vez.
•
O tempo usado para a produção de uma peça
inteira é muito longo, mas adequado ao baixo nível de consumo.
•
O crescimento do consumo excita novas
técnicas de produção, surgindo a máquina.
DA MÁQUINA À FÁBRICA
•
A máquina associa várias ferramentas,
movidas, a princípio, por um só homem.
•
A força humana não é suficiente para mover
a máquina tecnologicamente mais avançada.
•
A força humana é substituída pela força
hidráulica e a vapor (obtido pela queima do carvão)
•
Várias máquinas em um só local (fábrica)
aumentam, disciplinam e organizam a produção.
INGLATERRA NO SÉCULO XVIII
•
Capital acumulado, fruto da Revolução
Comercial (século XV ao XVIII).
•
Cercamento de terras, desde o final da
Idade Média, libera mão de obra do campo: êxodo rural.
•
Nas cidades, massa de desempregados: mão
de obra barata para a fábrica.
•
Revoluções do século XVII (Puritana e
Gloriosa) derrubam o absolutismo e o mercantilismo.
•
Parlamentarismo e liberalismo econômico.
•
Ideologia calvinista.
•
Presença de ferro e de carvão.
EVOLUÇÃO TÉCNICA
Uma clássica questão da Fuvest:
(FUVEST) Já se observou uma vez que todo aluno mediano em História sabe que houve uma Revolução Industrial e, que todo aluno estudioso sabe que não houve. Como bom estudante que você é, justifique a tese de que ocorreu uma evolução e não uma revolução industrial
•
Uma inovação técnica (“invenção”) provoca
outra (as), num processo contínuo, sem rupturas.
•
No feudalismo, a produção é para abastecer
o próprio feudo, não havendo excedentes.
•
Com a formação das Monarquias Nacionais, o
mercado se expande de local para nacional.
Com a Revolução Comercial, os mercados passam a ser internacionais.
PRIMEIRA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
•
Energia: VAPOR
•
Principal indústria: TÊXTIL
•
Exclusivamente na Inglaterra
•
Força de trabalho abundante, resultado do
processo de cercamento e terras
•
Exploração do trabalho infantil e do
feminino
PRINCIPAIS INOVAÇÕES TÉCNICAS
Crianças sendo exploradas nas minas |
• 1765:
máquina a vapor (James Watt)
• 1767:
máquina de fiar (James Hargreaves)
• 1768:
tear hidráulico (Richard Arkwright)
• 1779:
tear hidráulico com lançadeira (Samuel Crompton)
• 1785:
tear mecânico (Edmund Cartwright)
SEGUNDA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
• Energia:
eletricidade, petróleo ...
• Máquinas
de aço (processo de Bessemer, 1856)
• Maior
produtividade
• Não é
mais exclusivo da Inglaterra
• Revolução
nos transportes e nas comunicações
COMPARAÇÃO
Primeira
Revolução Industrial
|
Segunda
Revolução Industrial
|
• 1760 – 1830
|
• 1860 em diante
|
• Inglaterra
|
• Inglaterra e outros
|
• Energia: vapor
|
• Eletricidade, motor
de combustão interna, derivados de petróleo
|
• Uso do ferro e
processos mecânicos
|
• Aço, ligas e metais
leves, química industrial, automação
|
• Proprietário é também
diretor da empresa
|
• Direção nas mãos de
especialista
|
• Predomínio da
livre-concorrência
|
• Monopólios
industriais
|
Capitalismo liberal
|
Capitalismo monopolista
|
CONSEQUÊNCIAS
• Consolida
o modo de produção capitalista.
• Consolida
a sociedade de classes:
burguesia - classe dominante, proprietária
dos meios de produção de capital (fábricas, lojas, terras, bancos ... ).
proletariado - classe dominada,
proprietária apenas de sua força de trabalho, vendida ao sistema em troca de
salário.
desempregados - “exército de reserva” do
sistema (provoca redução do preço da mão de obra e desorganiza a luta do
trabalhador).
O TRABALHO NA HISTÓRIA
• No
comunismo primitivo, na chamada Pré-História, o trabalho era coletivo.
• No
modo de produção asiático da chamada Antiguidade Oriental, havia a servidão coletiva. Os trabalhadores eram
servos do Estado.
• Na
Antiguidade Clássica da Grécia e de Roma, o escravo era propriedade de seu senhor.
• No
feudalismo, o servo estava preso à terra.
• Na
Idade Moderna, a servidão feudal recua, intensifica-se o trabalho assalariado no centro do sistema, mas
renasce a escravidão na periferia do sistema.
• Com a
Revolução Industrial, universaliza-se o trabalho assalariado, mais adequado ao
sistema.
O TRABALHO COMO MERCADORIA
“O desenvolvimento da
burguesia, isto é, do capital, corresponde, na mesma proporção, ao
desenvolvimento do proletariado, da classe dos trabalhadores modernos que só
sobrevivem à medida que encontram trabalho, e só encontram trabalho à medida
que seu trabalho aumenta o capital. Esses operários, compelidos a venderem-se a
retalho, são uma mercadoria como qualquer outro artigo do comércio e, portanto,
são igualmente sujeitos a todas as vicissitudes da concorrência, a todas as
flutuações do mercado.”
(Manifesto do Partido Comunista, 1848)
MAIS CONSEQUÊNCIAS
Alienação provocada pelo
trabalho: “Uma das características do sistema de fábrica é o parcelamento do
trabalho (...) Para o trabalhador, o sistema gera um estado de alienação
causado pelo fato de trabalhar exaustivamente e o produto do esforço nunca se
transformar em um objeto acabado (...) O outro problema é a repetição exaustiva
dos movimentos (...) Para se adaptar aos movimentos repetitivos, o trabalhador
é obrigado a reprimir a criatividade e a inteligência, o que leva a um quadro
de alienação”.
(PETTA, Nicolina Luiza de: História,
Uma abordagem Integrada)
MAIS CONSEQUÊNCIAS
• Utilização
constante da máquina e divisão técnica do trabalho
• Falência
das antigas corporações e manufaturas
• Acentuado
êxodo rural
• Questão
social: extensa jornada de trabalho, desemprego, miséria, fome, prostituição,
favelização ...
• Surgimento
de ideologias contestadoras do sistema, como os socialismos e o anarquismo
LUDISMO
“Senhor. Acabo de ser
informado de que é detentor daquelas detestáveis cortadeiras e estou incumbido
por meus homens de escrever-lhe em advertência, para que as destrua. (...) Se
elas não forem destruídas até o fim da próxima semana destacarei um de meus tenentes,
no comando de pelo menos trezentos homens,para que o façam.”
(Carta anônima enviada a um
industrial inglês, em 1812. In: SALE, K. Inimigos do Futuro. São Paulo:
Record, 1999)
CARTISMO
Carta do Povo: mais de um
milhão de assinaturas reivindicando direito de cidadania (1838)
• Abolição
do voto censitário para a Câmara dos Comuns
• Adoção
do sufrágio universal masculino
• Representação
igual para todos os distritos eleitorais
• Remuneração
para os deputados da Câmara dos Comuns, tornando possível a candidatura de
trabalhadores às funções legislativas
• Eleições
anuais para o Parlamento
“Primeiro movimento político operário de
massas, o cartismo tem de marcante que as reivindicações democráticas aparecem
(...) ligadas às reivindicações econômicas. A classe operária, já então, era
portadora das reivindicações democráticas e a força motriz para arrancá-las da
burguesia [inglesa], na época, a mais poderosa do
mundo.”
(Stephane Just. A Greve
Geral e a Questão do Poder)
MAIS CONSEQUÊNCIAS
• Especialização
do trabalho.
• Competição
entre empresas e nações.
• Necessidade
crescente de mercados produtores de insumos e consumidores de industrializados.
• Neocolonialismo
e imperialismo.
• Guerras
entre nações industrializadas.
CANÇÃO PARA OS HOMENS DE
INGLATERRA
Canção Para os Homens da Inglaterra, de Percy Shelley (1792-1822)
Homens de Inglaterra,
por que lavrar
Para os senhores que vos derrubam?
Por que tecer com esforço e cuidado
As ricas roupas que vestem os vossos tiranos?
Por que alimentar, e vestir, e proteger,
Do berço até à sepultura,
Aqueles ingratos zangãos que
Exauririam o vosso suor
como beberiam também o vosso sangue?
Por que, Abelhas de
Inglaterra, forjar
Tantas armas, grilhetas e chicotes
Se esses zangãos sem ferrão podem destruir
O produto forçado da vossa labuta?
Será que tendes lazer, conforto, calma,
Abrigo, comida, o doce bálsamo do amor?
O que é então que comprais tão caro
Com a vossa dor e com o vosso medo?
O grão que semeais,
colhe-o outro;
A riqueza que encontrais, fica outro com ela;
As roupas que teceis, outro as veste;
As armas que forjais, as usa outro.
Semeai grão, — mas não deixeis que nenhum tirano o colha;
Encontrai riqueza, — não deixeis nenhum impostor acumulá-la;
Tecei roupas, — não deixeis nenhum ocioso usá-las;
Forjai armas, — a usar em vossa defesa.